“A barreira que mais temos enfrentado é a do tempo”, revelou o mesmo responsável enquanto orador convidado no evento organizado pela Cuatrecasas – e que teve o Jornal Económico como media partner – quando questionado sobre os maiores desafios do sector em termos de licenciamento.
André Machado, diretor de Gestão de Ativos da Logicor Portugal, denunciou hoje, durante a Conferência ‘Simplex Urbanístico: Oportunidades e desafios’, que também o sector da logística é penalizado pela morosidade dos processos de licenciamento, assumindo que vê as novas reformas “como um passo positivo”.
“A barreira que mais temos enfrentado é a do tempo”, revelou o mesmo responsável enquanto orador convidado no evento organizado pela Cuatrecasas – e que teve o Jornal Económico como media partner – quando questionado sobre os maiores desafios do sector em termos de licenciamento.
Segundo André Machado, a logística continua a observar um “crescimento da procura”.
Passando a casos da própria empresa, André Machado revela uma das situações que exemplifica estes constrangimentos de licenciamento – um cliente internacional que aguarda pelo licenciamento há três ou quatro anos. “Aprovámos a aquisição do terreno há uns anos, com um projeto e com planeamento definido e, entretanto, o mundo foi mudando e a licença ainda não chegou. Estava acordado em termos de rendas e de prazos. Tudo tem de ser novamente renegociado internamente, com a administração, com os investidores”, explicou. Além disso, acrescentou, “do outro lado, ao potencial inquilino também, naturalmente, não lhe agrada ver os sucessivos atrasos do projeto, incrementos de custo e outras coisas que possam mudar”.
Sobre as reformas que entram em vigor, André Machado olha para as mesmas com otimismo. “Vemos naturalmente com bons olhos tudo o que seja para simplificar e acelerar o processo para a entrega, quer de armazéns, quer da habitação, quer de outros imóveis”, sublinhou.
Ligada a esta morosidade processual, o mesmo responsável alerta para a falta de recursos em algumas autarquias, dando como exemplo o caso da Azambuja, que tem poucas pessoas (nestes processos) e “imensos investidores a submeter projetos”.
“Acho que não se deve tentar passar a ideia de que há uma má vontade de um lado não há do outro. Todos querem que as coisas avancem. Agora, dentro da sua caixa tem de se tentar encontrar o melhor caminho”, continuou.
Questionado sobre a relação do investidor institucional no terreno a propósito do andamento dos processos, o diretor de Gestão de Ativos da Logicor Portugal diz que a empresa tem sentido, “na grande maioria, uma abertura para ouvir e perceber” quem são e o que “pretendem fazer depois”.
O Simplex Urbanístico, que entrou hoje em vigor, visa simplificar e uniformizar procedimentos, elimina alvarás e outras burocracias, com o objetivo de agilizar os processos de construção e assim responder à falta de habitação.