Sindicato alerta a EasyJet que falta de pessoal pode comprometer operação de Verão

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) alertou hoje para a possibilidade de uma “enorme disrupção” na época alta, devido à “fraca organização” nas escalas dos trabalhadores, indicou, num comunicado.

No documento, o sindicato diz que avisou a EasyJet que e falta de pessoal pode comprometer operação de Verão e lembrou que já há voos cancelados em abril por falta de pessoal.

Na nota, hoje divulgada, o SNPVAC disse que nos últimos meses “tem alertado a companhia para a necessidade de uma distribuição mais equitativa das escalas”, dando conta de vários ‘emails’ enviados sobre o assunto, desde outubro do ano passado.

O SNPVAC diz que “ainda decorriam as negociações em Outubro quando abordámos este tema pela primeira vez, tendo sido enviados emails nos dias 20 de outubro, 30 de novembro, 3 de dezembro, 4 de dezembro, 9 de fevereiro, 8 e 11 de março, 1, 4 e 8 de abril sobre esta temática, de maneira a questionar como a companhia pretenderia melhor utilizar os seus recursos”.

“As rotações de Verão trouxeram um aumento nos quatro sectores, dias de 11 ou 12 horas, de maneira consecutiva e, sobretudo, em aeroportos congestionados. A escala de Maio confirma-o”, acrescenta o SNPVAC.

O Sindicato diz ainda que a empresa aplica um plano operacional transversal à rede, “esquecendo as especificidades de cada aeroporto ou país”.

“Não tendo instrumentos que obriguem a companhia a manejar melhor a operação, ou a ter bom senso, o alerta deixado já por várias vezes a nível interno parece não ter resultado”, considera o SNPVAC.

“Nesta fase, onde a empresa já enfrenta uma disrupção no início da época de Verão IATA, com vários cancelamentos logo na primeira semana de abril, podemos afirmar que, caso não haja novas contratações, promoções a chefes de cabine, ou que os planeamentos sejam aliviados, previmos uma enorme disrupção na época alta de Verão, podendo mesmo a operação estar comprometida”, constata.

O SNPVAC diz que estes cancelamentos são “devidos à fraca organização da empresa,” e “que já tinham ocorrido em 2019 e 2022”.

“Não pode depois vir a empresa referir licenças de maternidade, horários flexíveis, eventos de verão ou até mesmo baixas relativas a doença de trabalhadores, para justificar algo identificado há largos meses”, refere o SNPVAC.

“Sugerimos que, sempre que necessário e imprescindível, os nossos Associados reportem todas as situações com fatigue concerns, fatigues ou emails, e nos façam chegar essa informação, para melhor irmos munidos para as reuniões com a companhia, equipa de FRMs e Austro Control”, adianta o SNPVAC.

A organização que representa os tripulantes diz que “todos sabemos que a ferramenta ‘Fatigue Report’ não é benéfica nem para o trabalhador nem para a empresa, mas é fundamental quando bem utilizada” e que “a função deste Sindicato é fiscalizar e ajudar os seus Membros nestas questões, mas só o conseguimos fazer caso ajam em conformidade com as queixas reais dos mesmos”.