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SpaceX de Elon Musk lança dois satélites portugueses para o espaço em janeiro

Um dos satélites é o PoSAT-2, o primeiro satélite comercial português. Investimento atinge os 15 milhões e visa a implementação de uma “constelação de satélites para comunicações marítimas para navios”. O seu nome é uma homenagem ao primeiro satélite português a chegar ao espaço há 30 anos
FILE PHOTO: Elon Musk, Chief Executive Officer of SpaceX and Tesla and owner of Twitter, gestures as he attends the Viva Technology conference dedicated to innovation and startups at the Porte de Versailles exhibition centre in Paris, France, June 16, 2023. REUTERS/Gonzalo Fuentes/File Photo
5 Dezembro 2024, 07h00

Trinta anos depois do primeiro satélite português chegar ao espaço, um novo satélite, inspirado na primeira aventura espacial lusa, entra em órbita em janeiro pelas mãos de uma empresa que está a revolucionar a economia espacial.

Dois satélites portugueses vão ser lançados para o espaço em janeiro e vão entrar em órbita através de um foguetão da SpaceX, a companhia espacial do empresário Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo (que detém também a Tesla e a Starlink) que é contratada para fazer estes lançamentos.

Um deles é o PoSAT-2, em homenagem ao PoSAT-1, o primeiro satélite português a chegar ao espaço em 1993, concebido pela equipa de Fernando Carvalho Rodrigues, o físico que é considerado o ‘pai’ do espaço português.

O satélite vai ser lançado a 16 de janeiro da Base Espacial de Vandenberg, na Califórnia, EUA, que pertence à United States Space Force, o ramo espacial das Forças Armadas dos EUA.

O PoSAT-2 vai chegar ao espaço (a 500 km da Terra) carregado por um foguetão Falcon 9 da companhia de Elon Musk.

O investimento total neste projeto ascende a 15 milhões de euros.

“Temos a responsabilidade de desenvolver uma constelação de satélites para comunicações marítimas para navios”, disse ao JE o diretor-executivo da LusoSpace, Ivo Yves Vieira, uma empresa que pertence ao consórcio NewSpace Portugal.

“São satélites que permitem, por um lado, receber a posição dos navios e distribuí-los pela comunidade, de forma a evitar colisões e criar serviços à volta disso. Mas também vamos ter um serviço inovador, que é um serviço de comunicação marítima. É um sistema que permite enviar curtas mensagens. Uma espécie de Twitter dos oceanos”, afirmou o responsável que fez parte da equipa de Fernando Carvalho Rodrigues que lançou o PoSAT-1 há 31 anos.

“Mas vai ser também algo que vai permitir criar o Waze dos oceanos. Ou seja, ter informações meteorológicas, do tempo, de marés, do fundo do mar, avistamento de piratas, emergências, derramamento de petróleo. Através desse sistema, vamos criar um novo tipo de serviço inovador a nível mundial”, afirmou.

Depois do primeiro satélite a 16 de janeiro de 2025, os restantes 11 serão lançados até ao final de 2025/início de 2026, para cobrirem todo o mundo em tempo real.

“Já houve outros satélites no passado, mas este será o primeiro satélite português comercial, que vai criar receita do ponto de vista económico, vamos vender os dados às companhias”, explicou ao JE Ivo Yves Vieira.

“Eu participei no PoSAT-1 com o professor Carvalho Rodrigues há muito tempo atrás. Este vai se chamar PoSAT-2 como tributo ao primeiro, porque foi o que permitiu entrar na área do espaço”, acrescentou.

Os foguetões Falcon 9, com uma altura de 70 metros, contam com mais de 400 lançamentos, com 360 aterragens e 330 voos repetidos (o mesmo foguetão voltou a voar, pelo menos, mais uma vez).

Outros satélites nacionais já chegaram ao espaço às custas da SpaceX, como o MH1, do projeto Aeros, lançado em março deste ano. Outro satélite também lançado este ano foi o ISTSat-1 do Instituto Superior Técnico.

Já o presidente da Agência Espacial Portuguesa revela que o segundo satélite luso a ser lançado pela SpaceX em janeiro é o Prometheus-1: “É um satélite experimental e académico que é da Universidade do Minho”, disse Ricardo Conde ao JE à margem da Space Economy Summit 2024, que teve lugar na quarta-feira, também ele um integrante da equipa que há 30 anos lançou o primeiro satélite português.

A SpaceX está com uma valorização na casa dos 350 mil milhões de dólares, acima dos 210 mil milhões no início deste ano, tornando-se na startup mais valiosa do mundo e de fazer inveja a muitas grandes empresas.

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