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Tecnológicas recuperam favoritismo mas incerteza continua

O mercado não tem por agora muito mais visibilidade do que tinha há duas semanas.
12 Novembro 2020, 16h02

Depois de duas sessões de correcção acentuada nas grandes tecnológicas, o sentimento melhorou quarta-feira, no sector das empresas que mais valorizaram na época pós-Covid-19, com os principais pesos-pesados do mercado a recuperarem praticamente todo o terreno que cederam um dia antes.

Isto responde parcialmente à pergunta que tinha formulado no comentário anterior: até quando se iria fazer sentir esta reacção adversa à possibilidade de um regresso à normalidade, tendo em conta que,  mesmo que tudo corra na perfeição, esse caminho ainda está a uns largos meses de distância, dando espaço para que a disrupção económica iniciada em Março se solidifique.

É hoje largamente consensual entre os analistas de mercado que o acelerar da transformação digital provocada pela pandemia não irá reverter, o que poderá causar mais séries de correcções relâmpago nestas empresas, à medida que os investidores vão percebendo qual o grau de alterações no comportamento dos consumidores que vieram para ficar.

Mas paralelamente a estas flutuações nos sectores o cenário global continua muito condicionado, seja pela questão da progressão da pandemia nas principais economias do mundo, com destaque para a Europa e EUA, mas igualmente com a novela das eleições norte-americanas e o comportamento errático de Trump.

Não só o ainda presidente dos EUA continua a negar a vitória de Joe Biden, como está a agir de forma contrária à normal transição de poder, substituindo membros de alguns cargos importantes na Casa Branca e Pentágono, ao mesmo tempo que os seus devotos seguidores na administração passam a ideia de que Trump continuará no cargo, tal como indicou o secretário de Estado, Michael Pompeo, quando afirmou que a transição de uma administração Trump para o seu segundo mandato será tranquila.

Igualmente potencialmente perturbador é o facto de Joe Biden ainda não ter tido acesso aos fundos que por lei lhe devem ser disponibilizados para que possa compor a sua equipa e preparar o inicio do seu mandato, enquanto os membros da campanha de Trump continuam a pedir donativos para a litigância judicial.

Resumindo e não obstante algumas fases de rotação de capital, com maior ou menor visibilidade, o mercado não tem por agora muito mais visibilidade do que tinha há duas semanas, até porque em Janeiro deverá haver eleições para o Senado e aí é que está uma das principais incógnitas, conseguirão os Democratas apanhar a maioria do Senado e do congresso ou não.

Daí que mais do que uma tendência definida, as próximas semanas poderão manter a volatilidade em alta, não descurando o facto de ser possível uma desilusão aquando da conclusão do ensaio clínico da Pfizer, projectado para este mês, o que seria certamente bastante negativo para o sentimento.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é de 4 horas.

 

 

Apesar da valorização deste semana o panorama para o preço do WTI crude continua a ser de lateralização, sem grandes fundamentos para o activo sair desta baliza de preços, entre os $34 e 44$ por barril.

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