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UBS sobe preço-alvo do BCP para 0,37 euros e mantém recomendação de compra

O UBS subiu o price target do BCP de 0,34 euros para 0,37 euros e manteve a recomendação de compra numa nota elaborada hoje. Ainda assim as ações do banco estão a cair.
Cristina Bernardo
12 Outubro 2023, 14h47

O UBS subiu o price target do BCP de 0,34 euros para 0,37 euros e manteve a recomendação de compra numa nota elaborada hoje. Ainda assim as ações do banco estão a cair 0,96% para 0,28 euros.

No research, o UBS fala em sólidos resultados no terceiro trimestre do banco liderado por Miguel Maya, mas diz que todos os olhos estão postos na intensificação da concorrência nos depósitos em Portugal e nas reclamações judiciais na Polónia.

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“Fortes resultados poderão ser atenuados pela intensificação da concorrência nos depósitos em Portugal”, diz o banco de investimento.

O BCP deverá divulgar os resultados do 3º trimestre após o fecho do mercado no dia 30 de outubro. Tendo tido um bom desempenho em termos absolutos (+4%) e relativos (+7%) desde os resultados do 2º trimestre.

“Acreditamos que a orientação/clareza em certos aspectos continua a ser o principal catalisador potencial para a ação, em vez dos próprios números do 3º trimestre. As principais áreas de discussão que poderão desencadear revisões dos ganhos por ação 2024 e 2025 são a intensificação da concorrência nos depósitos em Portugal, o que acrescenta incerteza aos nossos betas/consensos, com o BCP a oferecer já 325 bps para um depósito online a 12 meses”, lê-se na nota.

O UBS acrescenta a isto “a vulnerabilidade real da margem financeira na Polónia, com o guidance  (-2% de impacto por cada 100 bps de redução das taxas) a parecer menor do que o previsto”; e a evolução dos créditos em francos suíços. Bem como as revisões do pagamento de dividendos.

Com atualizações concentradas no EF23E (+13%) em vez do EF24E (+2%) ou no EF25E (-1%), já que a falta de cor nos pontos descritos acima limita as atualizações de médio prazo. Ainda negociando de forma relativamente barata em termos absolutos (c6,7x PE24E), e embora ciente do desconto relativo anterior da ação tendo
fechado, vemos um potencial de valorização de c35%, com a Polónia ainda avaliada em zero no nosso SOP. Portugal é o principal impulsionador da rentabilidade, Polónia ainda no ponto de equilíbrio.

“Actualizámos os nossos números antes dos resultados, com actualizações concentradas no ano de 2023 (estimativa) (+13%) em vez da estimativa para 2024 (+2%) ou 2025 (-1%), uma vez que a falta de clareza nestes pontos limita as actualizações a médio prazo”, refere o banco suíço.

O UBS diz que as ações do BCP estão “ainda a negociar de forma relativamente barata em termos absolutos (cerca de 6,7x PE24E), e apesar de estarmos conscientes de que o desconto relativo anterior da ação foi fechado, vemos um potencial de valorização de cerca de 35%, com a Polónia ainda avaliada em zero” pela casa de investimento.

Portugal é o principal impulsionador da rentabilidade, Polónia ainda no breakeven, diz o UBS.

“Prevemos um resultado líquido atribuível do Grupo de 232 milhões de euros (equivalente a cerca de c17% ROTE) no 3º trimestre e um resultado líquido de cerca de 211 milhões só em Portugal, com a margem financeira a subir cerca de 3% no trimestre, deixando o nosso run-rate para o 4º trimestre em 345 milhões (-9% face ao terceiro trimestre), reflectindo os ventos contrários do MREL/beta, versus o consenso de cerca de 262 milhões, que parece excessivamente conservador , na nossa visão”, referem os analistas do banco suíço.

“Prevemos também um crescimento modesto das comissões (2%), uma descida dos custos (cerca de 10 milhões one-off no 2º trimestre) e um Custo do Risco de Crédito (COR) ligeiramente superior (cerca de 57bps que compara com 53bps)”, acrescentam.

No que diz respeito à Polónia, “antecipamos uma receita da margem de juros resiliente, mas a filial permanecerá perto do breakeven, uma vez que a maior parte da rentabilidade é utilizada para colmatar encargos ainda significativos com os créditos em francos suíços (provisões de cerca de 150 milhões anunciadas pelo banco polaco)”.

Já Moçambique deverá apresentar resultados atribuíveis de entre 15 a 20 milhões de euros n0 trimestre, embora os requisitos mais elevados de  “minimum” or “required” reserves (MRR). tenham implicado cortes na margem financeira, defendem os analistas.

“O rácio de CET1 está confortavelmente acima da marca dos 14%, mas ainda não esperamos revisões de pay-out dividend“, concluem.

A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento.

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