O apoio dado pelo Bloco de Esquerda (BE) na formação de uma solução governativa aos socialistas em 2015, quando o país ainda enfrentava graves problemas económicos, mostra que o partido não está disponível apenas para ajudar o país em tempos de ‘vacas gordas’, afirmou este domingo Catarina Martins.
A coordenadora do BE foi questionada durante uma conferência de imprensa sobre as palavras do primeiro-ministro, António Costa, que disse numa entrevista à Lusa na semana passada que ficaria “muito desiludido” se só pudesse contar com BE e PCP em tempo de “vacas gordas”.
Para Catarina Martins, “essa frase foi seguramente um lapso por parte do primeiro-ministro”. Recordou que em 2015, “quando fizemos um acordo na anterior legislatura, lembram-se seguramente que a Segurança Social estava descapitalizado, quando se dizia seguramente que era impossível qualquer aumento do salário mínimo, como estavam aliás as contas públicas portuguesas, e foi nessa altura de tão grande dificuldade”.
Adiantou que foi nessa altura preciso uma grande convergência para proteger salários, para terminar com cortes, proteger pensões e foi possível entrar, ainda que timidamente, numa recuperação do país entre 2016 e 2019.
“Portanto o primeiro-ministro sabe que o apoio do Bloco de Esquerda nunca vira costas a dificuldades e encontrar soluções para as dificuldades”, sublinhou. “Sabe também que não aceitamos como boas as imposições da austeridade da União Europeia porque sempre defendemos o nosso país, o emprego e a qualidade de vida de quem aqui está”.
Catarina Martins reuniu-se esta manhã com duas dezenas de economistas para debater um programa económico de resposta à crise. Participaram, entre outros, João Cravinho, João Ferreira do Amaral, José Maria Castro Caldas, Ricardo Paes Mamede, Ricardo Cabral ou João Rodrigues.
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