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Uma década depois, Fed sinaliza confiança no fim da crise nos EUA

O aumento da ‘federal funds rate’ desta quarta-feira foi o sétimo desde 2015 e marcou uma mudança para uma postura normalizada. A decisão foi acompanhada de uma alteração no discurso do banco central dos EUA.
14 Junho 2018, 08h45

A Reserva Federal norte-americana decidiu esta quarta-feira subir os juros de referência nos EUA. A decisão era amplamente antecipada, mas houve outra decisão tomada na reunião de dois dias do banco central. A instituição liderada por Jerome Powell mudou de discurso, sinalizando confiança em que a crise está ultrapassada.

Ao subir a federal funds rate em 0,25 pontos base para um intervalo entre 1,75% e 2%, a Fed abandonou a promessa de manter as taxas baixas o suficiente para estimular a economia “por algum tempo”, que usava desde que implementou medidas não convencionais de política monetária após a crise. Acrescentou que seria tolerável uma inflação acima da meta (próxima de 2%) pelo menos até 2020.

O aumento da taxa na quarta-feira foi o sétimo desde 2015 e marcou uma mudança para uma postura normalizada, ou seja, em que a taxa de juros corresponde ao objetivo de subida dos preços.

“A Fed merece um tremendo crédito por ter direcionado a economia para águas mais calmas, apoiando o que provavelmente será a mais longa expansão na história dos EUA enquanto persegue os objetivos de inflação e emprego”, afirmou Stephen Gallagher, economista-chefe da Societe Generale, em declarações à agência Reuters. “A política orçamental desempenhou o seu papel durante a crise, mas a política monetária estava na linha da frente”.

Uma década depois da crise do subprime nos EUA (e consequente recessão), o país cresce a um ritmo de 4%, o que representa o segundo ciclo de crescimento económica mais longo da história dos Estados Unidos e poderá tornar-se o primeiro se durar mais de um ano e meio.

O desemprego é o mais baixo do século e até a inflação está próxima da meta (a previsão é de 2,1% este ano). Apesar de a Fed já ter referido que seriam desejáveis maiores subidas salariais e de produtividade, os principais objetivos do mandato duplo do banco central (estabilidade de preços e pleno emprego) parecem estar a ser atingidos e sustentar o maior otimismo no discurso e normalização das taxas de juro.

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