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Sandro Mendonça: “Vai ser criada uma floresta amazónica de regulação com a IA”

“A regulação está em grande mudança”, disse Sandro Mendonça, professor da ISCTE-Business School, no âmbito da conferência do JE sobre o potencial da Inteligência Artificial no sector bancário, que tem lugar em Lisboa esta quarta-feira.
20 Março 2024, 10h19

A ascensão acelerada e imparável da Inteligência Artificial (IA) vai obrigar à criação de muita regulação, segundo Sandro Mendonça.

“Há uma densificação regulatória, uma floresta amazónica com lianas e muita fauna”, disse hoje o professor da ISCTE Business School. “A regulação está em grande mudança”.

O discurso do professor teve lugar hoje no pequeno-almoço de debate sobre o potencial da Inteligência Artificial (IA) no sector bancário promovido pelo Jornal Económico (JE) em Lisboa.

Olhando só para a banca, o académico apontou que 60% das entidades bancárias europeias já contam com “investimentos significativos” na IA.

“Tudo está a evoluir, não apenas na tecnologia, mas na governança”, destacou.

A nível internacional, deu o exemplo de uma notícia do “Financial Times” onde era argumentado que – apesar de “sinais de uma nova guerra fria” – é “preciso estabelecer colaboração entre os EUA e a China para traçarem linhas vermelhas” em relação ao uso da IA por potências.

Passando em revista os “estimulos regulatórios” mais recentes que têm tido lugar sobretudo no hemisfério norte ao nível do G7, mas também têm havido iniciativas ao nível do G20.

“Há diferenças, com blocos polarizantes. Nos EUA, pode haver um enviesamento à inovação para o business. Na Europa, há um enfoque nas regras: o IA Act tem 457 páginas”, salientou.

No caso da China, o país “tem sido pioneiro na regulação das plataformas”, e o IA tem sido focado na “proteção da autonomia do país”.

O professor também destacou a “bolha de consultoria em volta da IA” que “hoje em dia baixou muito os custos porque parte destes relatórios são feitos pela própria IA. Olhando para todos aqueles relatórios”, o professor qualificou-os como “literatura cinzenta, auto-interessada persuassora” para o “conseguimento de clientes”.

Já no mundo da ciência, Sandro Mendonça, destacou o disparo no número de trabalhos de investigação que têm vindo a ser feitos: “Há uma explosão, uma ascensão bastante vigorosa de trabalho nesta matéria”, abrangendo questões como a “mistura de banca com novos produtos e meios de pagamento e questões como a cibersegurança”.

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