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Venda do Credit Suisse não satisfaz bolsas europeias

O BCP é a cotada mais pressionada no PSI na manhã desta segunda-feira. À semelhança das congéneres europeias, não está satisfeita com a venda do Credit Suisse ao dia de ontem.
20 Março 2023, 08h19

A Bolsa de Lisboa perde 1,67% para 5.628,32 pontos na abertura da sessão, pressionada pela cotação do BCP, que contrai significativa no dia seguinte à venda do Credit Suisse.

O BCP desvaloriza 6,31% para 0,17 euros, enquanto a Sonae recua 4,73% para 0,92 euros. A Mota-Engil cai 3,12% para 1,43 euros, a Galp perde 2,53% para 9,64 euros, a Greenvolt cede 1,64% para 6,59 euros e a Navigator desliza 1,32% para 3,13 euros.

A Jerónimo Martins perde 0,88% para 20,30 euros, a REN cai 0,80% para 2,49 euros e a EDP Renováveis cede 0,38% para 19,86 euros. Já a EDP recua 0,19% para 4,74 euros.

A Ibersol, que regressa esta segunda-feira, 20 de março, às negociações do PSI, perde 1,19% para 6,62 euros.

A Europa está, esta manhã, a registar perdas. A Alemanha desvaloriza 1,65%, França desce 1,57%, Espanha perde 2,05%, o Reino Unido desliza 1,52% e Itália recua 2,30%. O Euro Stoxx segue no ‘vermelho’ a perder 1,56% para 4.001,45 pontos.

“O negócio histórico que foi desenhado para conter o stress no setor financeiro mundial está, para já, a falhar nos objetivos, persistindo a turbulência e a desconfiança dos investidores com a evolução do sector bancário. Perante a fuga massiva de fundos por parte clientes, que estava a empurrar o Credit Suisse para o precipício, as autoridades suíças atuaram de forma decisiva, forçando uma fusão entre os dois maiores bancos do país. A operação histórica foi aplaudida pelos bancos centrais em todo o mundo, que anunciaram operações diárias de liquidez a que os bancos podem aceder, de modo a conter a crise que implodiu com o colapso do Silicon Valley Bank”, escreve o BA&N Research Unit.

“Os mercados asiáticos ainda reagiram de forma positiva, mas fecharam a sessão em queda, com o sentimento negativo a marcar a também abertura das bolsas europeias e a evolução dos futuros de Wall Street. Pode ter sido evitado um agravamento dramático nesta crise, mas a turbulência permanece bem viva. Os índices europeus estão a desvalorizar bem mais de 1%, arrastados pelos bancos”.

“O UBS recua mais de 14% depois de ter aceitado comprar o Credit Suisse, um negócio impensável há apenas uma semana e que evidencia como esta crise está a evoluir a um ritmo frenético. O índice que agrupa os bancos europeus caia 6% na abertura, com vários a sofrerem quedas de dois dígitos, pressionados por um detalhe muito relevante (e bastante questionável) nesta operação histórica. Os detentores de obrigações AT1 do Credit Suisse vão perder todo o dinheiro (16 mil milhões de francos), o que está a gerar uma onda de choque em todo o sector financeiro e perdas muito acentuadas nestes títulos que foram desenhados na última crise financeira para que os investidores partilhassem com os contribuintes os custos de intervenções em bancos. Apesar de serem títulos de dívida muito arriscados (equiparados a capital), os reguladores suíços colocaram estes obrigacionistas atrás dos acionistas. Os detentores de ações do Credit Suisse vão receber 3 mil milhões de francos suíços, uma perda de valor superior a 60% face a sexta-feira, mas os detentores destas obrigações perdem tudo. Só no mercado europeu existem obrigações AT1 no valor de 275 mil milhões de dólares”, aponta.

“Esta pressão, aliada à incerteza que rodeia o negócio entre os dois maiores bancos suíços, está a afastar os investidores das ações dos bancos e de outros ativos de risco. Os investidores temem que esta crise provoque uma redução substancial na concessão de crédito, agravando o abrandamento da economia global. O petróleo está a recuar perto de 3%, negociando nos 71 dólares em Londres, enquanto o ouro segue o caminho inverso, disparando acima dos 2.000 dólares a onça pela primeira vez desde março do ano passado”, conclui.

No mercado petrolífero, o Brent desce 3,22% para 70,62 dólares e o WTI desvaloriza 3,23% para 64,77 dólares. O gás natural recua 0,09% para 2,336 dólares.

No mercado cambial, o euro perde 0,27% para 1,0638 dólares e a libra esterlina negoceia inalterada a valer 1,2172 dólares.

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