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Wall Street navega em terreno de consolidação

No campo político o dia foi de nova desilusão. Republicanos e Democratas do Congresso dos EUA não recolheram apoio suficiente para a sua proposta bipartidária, de cerca de 900 mil milhões de dólares em apoios à economia.
3 Dezembro 2020, 09h25

Depois de um mês de Novembro fabuloso para o mercado accionista e um início de Dezembro auspicioso para a continuação do Bull market, os investidores tiraram ontem o pé do acelerador e os índices norte-americanos registaram variações pouco significativas, ainda que o S&P500 tenha marcado mais um novo máximo histórico.

O Nasdaq não conseguiu evitar uma perda residual, devido à pressão vendedora provocada pela Salesforce.com, que condicionou o sector tecnológico ao desvalorizar mais de -8%, após anunciar a compra da Slack Technologies por 28 mil milhões de dólares, um negócio que os analistas consideram demasiado caro, daí o pessimismo.

Mas se o entusiasmo não foi a tónica dominante na sessão de quarta-feira, também é certo que os touros não deixaram Wall Street transaccionar muito tempo no vermelho, território onde começou o dia, mas que progressivamente deu lugar a um nível quase de inalterado e que se justifica tendo em conta a falta de catalisadores para mexer com o mercado.

Depois de na terça-feira Jerome Powell ter indicado, de novo, que a maior economia do mundo precisa de mais estímulos fiscais, quarta-feira, o presidente da Reserva Federal (Fed) reforçou o optimismo quanto a uma normalização da actividade económica em meados de 2021, deixando no entanto um apelo para que cidadãos e empresas se preparem para o que apelidou de “inverno duro”, nomeadamente devido às medidas de confinamento em vigor em vários estados, com vista a tentar conter a propagação da pandemia enquanto a imunização em massa não é implementada.

Já em relação à política monetária de curto-prazo a desenvolver pelo banco central que lidera, Powell não teve muito para dizer, para além do habitual de que farão tudo para apoiar a economia, até que seja absolutamente claro que a crise passou, indicando que os juros se manterão baixos por um período prolongado de tempo e que os membros da Fed não têm qualquer pressa em reduzir o actual programa de compra de obrigações, não referindo contudo se há espaço para o aumentar.

No campo político o dia foi de nova desilusão, com a proposta bipartidária, de cerca de 900 mil milhões de dólares em apoios à economia norte-americana, avançada por por Republicanos e Democratas do Congresso dos EUA, a não ter ainda apoio suficiente, no mesmo dia em que o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e Jerome Powell apelaram a que os políticos cheguem a um entendimento, dada à necessidade premente do estímulo fiscal.

No mercado cambial, o euro voltou a ganhar terreno e adicionou 0,3% para o valor mais elevado dos últimos dois anos, nos 1.2102 dólares, enquanto que a Libra inglesa recuou -0,4%, depois do negociador chefe da União Europeia com vista a um acordo para o Brexit, Michel Barnier, ter referido que ainda é cedo para se dizer qual será o desfecho das negociações.

O gráfico de hoje é da CRM, o time-frame é semanal.

 

Os títulos da tecnológica Salesforce.com estão há várias semanas a corrigir, com uma perda de aproximadamente 30% desde os máximos históricos, contudo ainda não foi suficiente para anular a subida que registou só na semana de 23 de Agosto, mantendo-se para já uma tendência positiva.

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