Wall Street termina semana em clima de incerteza

Não obstante a puxada ascendente no final da sessão de quinta-feira, que empurrou os índices norte-americanos para ganhos acima de 1%, o sentimento dominante foi de incerteza, que se estende para o último dia da semana com mais fontes de volatilidade como, por exemplo, o rebalanceamento dos índices Russell a nível global, que prometem desde logo tornar a sessão como uma das mais movimentadas do ano.

Um dos pontos interessantes desta mexida num cabaz de índices que integra cerca de 9 biliões de dólares de capital associado é o facto de passar a existir uma maior preponderância do sector das biotecnológicas, derivado da valorização que o mesmo registou nos últimos meses.

Em relação ao mercado, e após uma boa parte do optimismo de ontem ter tido origem na possibilidade de relaxamento das regras impostas após a crise financeira de 2007/08 para o sector financeiro, nomeadamente com a facilitação de alguns tipos de investimento, hoje o dia é de pessimismo nas empresas ligadas à banca, devido ao resultado dos testes de stress efectuados pela Fed, que estão a provocar quedas significativas nos principais grupos financeiros norte-americanos, como Bank of America, JPMorgan Chase e Goldman Sachs, devido à proibição de distribuição de dividendos e recompra de acções pelo menos até ao quarto trimestre deste ano, imposta pelo banco central.

Deste lado do Atlântico, a presidente do BCE, Christine Lagarde, replicou a cautela já expressa pelo seu congénere da Fed, ao sinalizar que a recuperação será contida e que esta crise vai transformar partes da economia de forma permanente.

Nas matérias-primas, o crude segue com uma ligeira valorização de 0,7% no preço do Brent para os 41,34 dólares por barril, enquanto no mercado cambial o dólar americano segue praticamente inalterado num dia em que a libra inglesa amealha 0,2% para os 1,2392 dólares e o iene valoriza 0,3%, transaccionado nos 106,86 versus a moeda norte-americana, não sendo para já uma indicação de procura por activos refúgio.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é diário.

O principal índice accionista está dentro de um canal descendente, mas muito perto da sua linha superior, uma zona importante a ter em conta.