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Wall Street vira o disco, mas toca o mesmo

Wall Street virou o disco mas a música dos ganhos acabou por tocar.
15 Julho 2020, 11h57

Depois da reviravolta ocorrida na sessão de segunda-feira, e com o contínuo aumento da propagação da pandemia de Covid-19 nos EUA, os índices norte-americanos começaram a negociação de terça-feira em águas de incerteza. Dúvidas que nem os bons resultados da JP Morgan, com mais receitas e lucros do que o esperado mesmo no pico da crise, foram capazes de minorar, até porque o seu CEO mostrou cautela quanto ao futuro da economia norte-americana.

Preocupação idêntica tem sido evidenciada por vários elementos da Fed, como foi o sinal dado esta segunda-feira pela Governadora Lael Brainard, ao referir que será a pandemia a ditar o curso da economia, secundada pelo presidente da Richmond Fed, Thomas Barkin, que avisou que o desemprego pode subir de novo com as empresas a reajustar-se a uma recessão que deverá ser mais prolongada que o inicialmente previsto.

Robert Kaplan, presidente da Dallas Fed, alertou para o excesso de capacidade que a economia tem nesta fase, enquanto que James Bullard, presidente do St. Louis Fed pintou um cenário agridoce, referindo que a economia continua a crescer na segunda metade do ano, mas não deixou de dar uma pitada de cautela ao indicar que os riscos negativos são, apesar de tudo, substanciais e que uma execução mais granular e baseada no risco da política monetária será essencial para manter a economia fora da depressão.

Mas independentemente desses avisos e incertezas, ou do aumento das quezílias entre os EUA e a China, com a decisão de Trump em impor sanções à China e de retirar o estatuto de parceiro privilegiado a Hong Kong, que certamente terão reacções da segunda maior economia do mundo, o certo é que não obstante todas as variáveis negativas, Wall Street virou o disco mas a música dos ganhos acabou por tocar.

Contudo é de realçar que a pressão compradora não foi toda por igual, claramente que os activos que mais têm subido desde os mínimos de Março, estiveram ontem com menor interesse para os investidores, deixando esse espaço para os sector das empresas industriais e de materiais, que valorizaram mais de 2% cada, assim como para as energéticas, que ontem amealharam mais de 3%, apesar do crude não ter tido um desempenho muito relevante, tendo o WTI subido apenas 0,4% de preço para os $40.27 por barril.

No mercado cambial o destaque vai para o Euro, que ganhou 0,4% contra a moeda norte-americana, terminando o dia no valor mais elevado dos últimos quatro meses nos $1,1391.

Após o fecho do mercado a notícia de que a vacina da moderna apresentou, nos testes que está a efectuar, resultados positivos nomeadamente na criação de uma resposta robusta do sistema imunitário contra a Covid-19, deu o mote para o optimismo fora de horas e que se poderá estender durante a sessão de quarta-feira.

O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é diário.

 

 

O principal par de moedas está agora numa fase importante, a testar os máximos de Junho e com os máximos de Março para testar caso quebre os mais recentes.

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