A coordenadora demissionária do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, apontou que “as gerações não se atropelam”, apenas se reforçam com o passar dos anos, numa recordação dos fundadores do partido, naquela que foi o seu discurso de despedida.
“Sei bem que a camaradagem, a convicção, o debate franco, a luta ombro a ombro não se comemoram. Partilham-se, mas permitam-me que hoje vos diga o quão grata estou pelo privilégio de ter seguido convosco no caminho destes últimos onze anos e pelo que mais virá”, disse Catarina Martins na XIII Convenção Nacional, que decorre em Lisboa.
No seu discurso, Catarina Martins não esqueceu quem a acompanhou no seu percurso. A coordenadora agradeceu a Francisco Louçã pela “combatividade e entrega”, bem como pela “enorme generosidade”. “E foi assim o Francisco, como o Luís Fazenda e o Fernando Rosas. De formas diversas, reinventaram a sua intervenção no Bloco e ensinaram-nos que as gerações não se atropelam nem se substituem, acrescentam-se”, assentiu.
Catarina Martins não esqueceu Miguel Portas, que morreu em 2012. “O conselho certeiro de evitar a todo o custo perder tempo com o desnecessário para não perder de vista o fundamental”, disse, referindo também uma palavra a João Semedo pela aprovação da lei medicamente assistida, tendo apelidado-a de Lei João Semedo.
A coordenadora agradece também a Pedro Filipe Soares pela sua “capacidade de diálogo e pelo rigor na luta”, a par de Marisa Matias e a Mariana Mortágua, que “estiveram sempre ‘mão na mão0 nos momentos mais difíceis”.
“Que orgulho ver todas estas cabeças erguidas. Que orgulho estar neste partido de mulheres e homens feministas, de gente feminista, que aprende entre si. Não porque seja fácil, mas precisamente porque todos os dias decidimos fazer o mais difícil: construir igualdade”, concluiu nos seus agradecimentos.