Alexandra Leitão: “Não há número dois evidente neste Governo”

Muitos são os nomes em cima da mesa para substituir António Costa enquanto primeiro-ministro. No entanto, a subida de um número dois, caso a decisão seja manter o PS no Governo, não parece ser consistente.

A anterior ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, aponta que não existe um número dois evidente. “Não me parece que, dentro do Governo, saia um número dois evidente”, disse à “CNN Portugal”.

Alexandra Leitão apontou ainda que em governos anteriores “era mais claro” uma subida mais pronta. Caso a opção do Presidente da República seja manter o atual Governo, a ex-ministra lembrou que tem de ser alguém marcante, vincando que “o PS está à altura”.

Sobre a solução de substituição interna, a agora comentadora adiantou não saber se “será até 2026 ou mais curta”.

Caso Marcelo Rebelo de Sousa opte pela dissolução da Assembleia da República, levando à queda do Governo, Alexandra Leitão disse que terá de ser um Governo pleno a assumir funções, mas apontou um tempo de incerteza e “dificuldades ao nível do Orçamento do Estado”.

“Pessoa impoluta”

Ainda no mesmo espaço de comentário na “CNN Portugal”, Alexandra Leitão lembrou os seis anos de trabalho ao lado de António Costa enquanto ministra da Modernização. “Tenho a convicção profunda de que [António Costa] é uma pessoa impoluta”, referiu.

“Atendendo ao comunicado feito [pela PGR], sai com grande dignidade, considerando não ter condições políticas, porque outras tinha”, vincou.

Agora, e com o Governo em pausa, a ex-governante apontou a necessidade de esperar pelas decisões de Marcelo Rebelo de Sousa, após as reuniões com os partidos e Conselho de Estado. De relembrar que o Presidente da República assegurou só falar na quinta-feira.

Ainda assim, Alexandra Leitão lembrou que o Presidente da República, por declarações passadas e aquando da tomada de posse do atual Governo, estará mais inclinado para a dissolução da Assembleia da República. “Penso que o cenário atual é diferente daquele que tinha equacionado”.