A diretora da Unidade Nacional da Contraterrorismo da Polícia Judiciária (PJ), Manuela Santos, revelou, no âmbito da “Operação Espelho” que foi desencadeada esta quarta-feira, que foi identificado “um número muito elevado de vítimas”. São pelo menos 100 imigrantes que estavam a ser explorados no Alentejo.
A operação, designada por “Operação Espelho”, foi desencadeada pela Unidade Nacional de Contra Terrorismo desta polícia e envolveu cerca de 480 operacionais da PJ, que deram cumprimento a 78 mandados de busca domiciliária e não domiciliária.
“Estamos a falar de um número muito elevado de vítimas. Portanto, conseguimos identificar no dia de hoje [terça-feira] grandes dezenas de vítimas”, destacou a responsável pela unidade de contraterrorismo.
Segundo Manuela Santos, não foi possível ouvir todas as pessoas envolvidas e como tal selecionaram “as vítimas que estavam numa primeira fase disponíveis para colaborar porque muitas vezes as pessoas não querem dar conta do que está a acontecer”.
Sem entrar em grandes pormenores, Manuela Santos indicou apenas que as vítimas estavam integradas “na atividade agrícola”. “São indivíduos que vêm trabalhar para a região sul do país, naturalmente que a promessa de compensação monetária depois nunca se verifica”, sublinhou.
“Voltámos a detetar problemas de sobrelotação. Pessoas a viver em condições com muita falta de higiene. Uma casa de banho para 20 pessoas. Portanto, começámos a perceber bem como é que as pessoas conseguem viver nestas condições”, continuou.
Em comunicado, a PJ explicou que “os suspeitos integram uma estrutura criminosa dedicada à exploração do trabalho de cidadãos imigrantes, na sua maioria, aliciados nos seus países de origem, tais como, Roménia, Moldávia, Ucrânia, Índia, Senegal, Paquistão, entre outros, para virem trabalhar em explorações agrícolas naquela região do nosso país”.
“Os suspeitos, de nacionalidade portuguesa e estrangeira, encontram-se fortemente indiciados pela prática de crimes de associação criminosa, de tráfico de pessoas, de auxílio à imigração ilegal, de angariação de mão-de-obra ilegal, de extorsão, de branqueamento de capitais, fraude fiscal, ofensas à integridade física, posse de arma de fogo e falsificação de documentos”, informou a Polícia Judiciária.
Os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial esta quarta-feira.
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