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Madeira: PAN defende comissão de inquérito perante “falhas gravíssimas” na gestão do incêndio

“Continuamos no terreno, empenhados em apoiar os esforços de rescaldo e em avaliar o impacto desta tragédia ambiental. Ouvindo técnicos da proteção civil, consideramos que teria sido crucial reforçar a atenção no ataque inicial ao incêndio, com especial foco na identificação das zonas de maior risco em áreas rurais e florestais”, disse o PAN.
Reportagem Fotográfica por Mattew Abbott/Panos Pictures para a National Geographic. Os aborígenas, fazem queimadas estratégicas há dezenas de milhares de anos a fim de gerir a paisagem e evitar incêndios descontrolados. No final da época das chuvas, existe um período de tempo definido por lei para realizar essas queimadas. Visitei West Arnhem Land em abril/maio de 2021 a essas práticas.
28 Agosto 2024, 16h01

O PAN Madeira expressou a sua profunda tristeza pela vasta área de floresta ardida e pelo valioso património natural que foi perdido no incêndio que começou a deflagrar a 14 de agosto na Região Autónoma da Madeira. A força partidária considerou essencial existir uma comissão de inquérito, na Assembleia da Madeira, que reúna contributos de entidades independentes na avaliação e análise de todos os procedimentos [ligados aos incêndios]. O partido considerou terem ocorrido “falhas gravíssimas” que contribuíram para que os incêndios atingissem proporções devastadoras.

“Continuamos no terreno, empenhados em apoiar os esforços de rescaldo e em avaliar o impacto desta tragédia ambiental. Ouvindo técnicos da proteção civil, consideramos que teria sido crucial reforçar a atenção no ataque inicial ao incêndio, com especial foco na identificação das zonas de maior risco em áreas rurais e florestais. Acreditamos que um ataque inicial mais robusto teria sido fundamental para evitar a propagação dos incêndios e, nesse sentido, as equipas do Plano Operacional de Combate a Incêndios Rurais (POCIR) desempenham um papel essencial na deteção precoce de novos focos de incêndio, evitando danos ainda mais gravosos. Para que isso seja possível, é imperativo que se organize adequadamente os quartéis das associações de bombeiros e que se tenha uma clara compreensão de quem está disponível para atuar imediatamente”, disse a força partidária.

O PAN sublinhou que, ao nível político, deu o seu aval à audição parlamentar relativamente à gestão dos incêndios, referindo que a força partidária considera terem ocorrido “falhas gravíssimas” que contribuíram para que os incêndios atingissem proporções devastadoras.

“É essencial que se apurem responsabilidades e que se tomem medidas concretas para evitar que tais tragédias se repitam no futuro. Lamentamos, contudo, o aproveitamento político que se verificou durante estes incêndios. Em alguns momentos, pareceu que certos políticos estavam mais focados em tirar proveito eleitoral do que em contribuir para a resolução da crise. A presença em locais de incêndio apenas para tirar fotos não só não ajuda no combate como também passa uma mensagem errada às populações, desviando o foco do que realmente importa. Durante estas quase duas semanas de combate aos incêndios, o PAN esteve sempre ao lado das populações, acompanhando o trabalho incansável dos voluntários e bombeiros, promovendo a recolha de bens essenciais e, acima de tudo, respeitando o esforço de todos aqueles que estiveram no terreno”, disse a força partidária.

O comissário político do PAN Madeira, Válter Ramos, sublinhou que se perdeu “uma parte significativa do património natural [da Madeira]”, algo que “aflige profundamente” o partido.

“No entanto, mais do que lamentar, temos que agir. O que vimos durante estes incêndios revela falhas que não podemos ignorar. É imperativo que se melhore a resposta inicial aos focos de incêndio e que se evitem ações que em nada contribuem para o combate, como o oportunismo político que assistimos. O PAN Madeira continuará a lutar para que a nossa ilha seja tratada com o respeito e a seriedade que merece, tanto na prevenção como na gestão das crises ambientais”, disse Válter Ramos.

PAN defende comissão de inquérito

A força partidária considerou que agora é o momento de “avaliar e tirar conclusões”, e sublinhou que a audição parlamentar, ao presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, e ao secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, é apenas uma primeira fase, “sendo fundamental a abertura de uma comissão de inquérito, reunindo contributos de entidades independentes na avaliação e análise de todos os procedimentos”.

O PAN salientou que já por diversas vezes alertou para a necessidade de se pensar no Plano de Recuperação de Áreas Ardidas e no avanço do Plano Regional de Ordenamento da Floresta, com “grande investimento na área da recuperação e prevenção, estando a trabalhar no sentido de reunir um conjunto de propostas para o próximo orçamento”.

A força partidária diz também que é necessário “auscultar especialistas independentes para encontrar as melhores soluções de recuperação das áreas ardidas, como também para criar medidas preventivas”. O partido considerou que o foco “deverá ser sempre a prevenção e não “correr atrás do prejuízo”. Somente assim poderemos assegurar que, no futuro, estaremos melhor preparados para proteger a nossa ilha e o seu património natural”.

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