“O poder político tem a obrigação de garantir a eliminação das rendas excessivas dos produtores de energia”, afirmou hoje Henrique Gomes, ex-secretário de Estado da Energia, em audição na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade. O antigo governante defendeu que “os sobrecustos, calculados anualmente pela ERSE, deverão ser suprimidos tão rapidamente quanto os contratos ou a legislação o permitam”.
Gomes exerceu o cargo de secretário de Estado da Energia entre 2011 e 2012, integrando o Governo de coligação PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho. A demissão do cargo foi polémica, tendo Gomes feito alusão a alegadas pressões da EDP nesse sentido. Posteriormente também foi afastado do cargo que desempenhava na REN, supostamente por ter dito numa entrevista que António Mexia, presidente executivo da EDP, “era um osso de roer”, em referência ao processo de negociação dos CMEC.
No Parlamento, esta tarde, ao ser questionado sobre essa segunda demissão, Gomes sublinhou: “Confirmei que Mexia é um osso duro de roer”. E acrescentou: “Caiu mal na REN, onde eu trabalhava. Foi incómodo, mas houve entendimento para eu sair imediatamente”.
De volta às questões mais técnicas, Gomes disse que “o que mais preocupa os investidores em Portugal é o preço da energia, fator que mais distância tem em relação à média europeia”, salientado que “os preços elevados da energia estão negativamente correlacionados com o crescimento económico”.
Focando-se no setor das energias renováveis, o ex-governante considerou que “os sobrecustos são uma medida de ineficiência da produção. Toda a nova produção renovável deverá ir a mercado. Os preços da energia preocupam 81% dos investidores em renováveis”.
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