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“Grau zero da decência”: Deputados indignam-se com insultos do Chega a Ana Sofia Antunes

Na sessão de quinta-feira, a deputada do Chega Diva Ribeiro acusou a deputada socialista, que é invisual, de só “conseguir intervir em assuntos que, infelizmente, envolvem deficiência”, numa sessão marca pelos insultos a essa parlamentar. Deputados de todas as cores políticas mostraram indignação com o sucedido no Parlamento.
14 Fevereiro 2025, 14h46

As ofensas dirigidas por vários parlamentares do Chega à deputada Ana Sofia Antunes, no Parlamento, têm suscitado reações dos vários quadrantes políticos.

Na sessão de quinta-feira, a deputada do Chega Diva Ribeiro acusou a deputada socialista, que é cega, de só “conseguir intervir em assuntos que, infelizmente, envolvem deficiência”.

 

Em resposta às declarações de Diva Ribeiro e aos insultos proferidos pelos seus colegas de bancada, Marina Gonçalves denunciou o “desrespeito” diário dos deputados de extrema-direita “com todos os outros deputados”. “Como a bancada não é um só, é um coletivo, o que aconteceu aqui foi mesmo uma ofensa à honra da bancada parlamentar que tem deputados sérios, responsáveis, que todos os dias trabalham em prol da população”, sublinhou a antiga ministra.
Do lado do Bloco de Esquerda (BE), ainda durante a sessão, Joana Mortágua denunciou “não só o que foi dito em on“, referindo-se às declarações da deputada do Chega, “mas também em off”, acusando a bancada do partido de extrema-direita de “bullying contra uma pessoa com deficiência”.
A líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, acusou o Chega de “difamação de pessoas inocentes, bullying, assédio, intimidação e insultos” dirigidos a deputados “e, em especial, a deputadas”, e espera a intervenção do Presidente da Assembleia da República.
A deputada socialista Ana Sofia Antunes acusou, esta sexta-feira, o Chega de ter desrespeitado e ofendido a si e a todas as pessoas com deficiência, considerando que este “livre-trânsito disfarçado de suposta liberdade de expressão” não pode continuar no parlamento.

“Ontem, no plenário da Assembleia da República, eu fui desrespeitada enquanto pessoa com deficiência. Sou uma pessoa com deficiência, sou uma pessoa cega congénita”, disse.

O debate que foi motivado por um projeto de lei do PS que propõe a criação de um regime jurídico dos estudantes com necessidades educativas específicas no ensino superior ficou marcado por insultos da bancada do Chega após a intervenção de Diva Ribeiro.

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