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“Ironicamente, Montenegro está a ser vítima das perceções”, realça Poiares Maduro

“O erro de Montenegro foi não perceber essa avaliação e não ter dito depois que percebeu a perceção desse risco e que iria acabar com esse fator de risco”, concluiu o antigo ministro social-democrata no programa “O Outro Lado”, da RTP3, esta segunda-feira.
Cristina Bernardo
4 Março 2025, 09h07

O primeiro-ministro “está a ser vítima das perceções” no caso que o liga à empresa familiar e não está a conseguir lidar com essa situação. A reflexão foi deixada por Miguel Poiares Maduro, antigo ministro do PSD, no programa “O Outro Lado”, emitido esta segunda-feira na RTP3.

“Ironicamente, o primeiro-ministro está a ser vítima das perceções que ele disse ser tão importantes em políticas. Ele não soube lidar com essas perceções e como são importantes numa matéria como esta”, realçou o também mandatário da campanha presidencial de Luís Marques Mendes.

Para Miguel Poiares Maduro, “isto não se trata de uma avaliação de culpabilidade das pessoas, é uma questão de confiança que os cidadãos têm de ter no exercício de funções públicas”.

“O erro de Montenegro foi não perceber essa avaliação e não ter dito depois que percebeu a perceção desse risco e que iria acabar com esse fator de risco”, concluiu o antigo ministro social-democrata.

O primeiro-ministro anunciou esta segunda-feira que vai pedir à Entidade para a Transparência que audite a conformidade das suas declarações e respetiva evolução, assegurando ter cumprido todas as obrigações declarativas.

Num comunicado do gabinete de Luís Montenegro, refere-se que “nos últimos dias sucedem-se notícias sobre alegadas condutas atribuídas ao primeiro-ministro no âmbito profissional e patrimonial, muitas das quais assentes em pressupostos falsos, incorreções, imprecisões e ou interpretações jurídicas altamente discutíveis”.

“O primeiro-ministro reafirma ter cumprido todas as suas obrigações declarativas e ser detentor de um património totalmente compatível e suportado pelos rendimentos do trabalho da família”, lê-se no texto.

No entanto, “e para que não subsistam dúvidas, o primeiro-ministro vai dirigir um requerimento à Entidade para a Transparência para que se possa auditar a conformidade das declarações e respetiva evolução”.

“Quanto às denúncias anónimas apresentadas junto da Ordem dos Advogados e da Procuradoria-Geral da República, desconhecendo-se o seu conteúdo, considera-se ainda assim que podem ser uma oportunidade para afastar dúvidas de legalidade suscitadas na esfera pública, pelo que se aguardará a tramitação e conclusão das respetivas averiguações”, lê-se ainda no comunicado.

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