A nova agência espacial portuguesa, denominada como Portugal Space, é publicamente apresentada esta quinta-feira no Teatro Thalia, em Lisboa, pelas 14h30, numa conferência que contará com uma intervenção do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
A Portugal Space, formalizada a 18 de março, foi criada para desenvolver o setor nacional do espaço e promover e executar a estratégia portuguesa para o espaço. Incentivando e gerindo o desenvolvimento de infraestruturas, promovendo iniciativas e programas nacionais ligados ao espaço, fomentando o investimento, a criação de emprego qualificado e a prestação de serviços ligados a ciências e tecnologias do espaço, este novo organismo contribuirá, sobretudo, para a criação e desenvolvimento de um conhecimento científico e tecnológico português no setor do espaço. A capacidade empresarial portuguesa neste setor também constitui um objetivo a alcançar pela Portugal Space.
Com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no seio da criação da Agência Espacial de Portugal, esta é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos, presidida por Chiara Manfletti e Luís Santos, respetivamente presidente e vice-presidente, com sede na ilha de Santa Maria, nos Açores. Em Santa Maria será construída uma base de lançamento de microssatélites, mas também instalações em Lisboa e em outros locais do país terão instalações da Portugal Space.
Os termos para a constituição da Portugal Space foram aprovados em Conselho de Ministros, em 7 de março, e ficaram estabelecidos numa resolução que autorizou a FCT, onde funciona o Gabinete do Espaço, a associar-se à Agência Nacional de Inovação, a uma entidade da área da Defesa Nacional e a uma outra responsabilidade da Região Autónoma dos Açores, com a colaboração da Agência Espacial Europeia (ESA). A partir dessa resolução chegou-se à constituição deste novo organismo espacial em 18 de março, sendo que hoje o seu presente e futuro é publicamente apresentado.
Espera-se que, de acordo com o calendário fixado, os primeiros lançamentos de pequenos satélites se iniciem na primavera ou no verão de 2021, depois de o contrato para a instalação e funcionamento da base ser assinado, em junho de 2019, com os consórcios ‘vencedores’.
A agência espacial portuguesa, que terá a incumbência de coordenar, em articulação com o Governo Regional dos Açores, o programa de lançamento de pequenos satélites, é um dos pilares da estratégia nacional para o setor do espaço – “Portugal Espaço 2030”.
Para garantir a operação da Portugal Space, o Estado vai investir até um milhão de euros, através da FCT. Está prevista a contratação de dez técnicos especializados até ao final do ano e a atração de financiamento de empresas europeias deverá ser, a curto-prazo, o grande objetivo.
O ministro Manuel Heitor já argumentou publicamente que com esta nova agência, que impulsionará o setor espacial em Portugal, espera-se que sejam criados mil novos postos de emprego qualificado.
A partir desta quinta-feira, quaisquer outras entidades públicas cuja atividade se relacione direta ou indiretamente com fins no setor espacial português poderão associar-se à Portugal Space.
A apresentação pública do Portugal Space ococrre, hoje, integrada nas Jornadas PERIN (Portugal in Europe Research and Innovation Network) 2019 “+Ciência, +Europa”. Estas jornadas são no fundo uma forma de divulgar uma rede de trabalhos, “que visam garantir uma estratégia de convergência efetiva para a Europa do Conhecimento até 2030”, de acordo com o comunicado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Sobretudo, “através de um debate conjunto e profundo por todo o país e em áreas prioritárias no que diz respeito à promoção das atividades de investigação e desenvolvimento em Portugal: saúde, inteligência artificial, tecnologias de produção e agroalimentar”.
A sessão que aparesentará publicamente a Portugal Space contará também com um debate com peritos e líderes de empresas e instituições cientificas, com a moderação de Zita Martins, Astro bióloga, Professora do Instituto Superior Técnico e cocoordenadora do programa MIT-Portugal.
O debate terá a participação de Ricardo Conde, da Edisoft, Teresa Ferreira, do GMV, Elsa Alexandrino, da Deimos Engenharia, Elsa Henriques, da FLAD, Ana Noronha, da Ciência Viva, Tiago Rebelo, do CEiiA, Jarle Brinchmann, do CAUP, e Rui Santos, do AED.
Um membro da Comissão Europeia, nomeadamente o português Rui Meneses, marcará presença no Teatro Thalia.
[Com Lusa]
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