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Bruxelas quer contrato com AstraZeneca revelado publicamente

Ursula von der Leyen explica que a troca de assinaturas em agosto apresentava “ordens vinculativas num contrato cristalino” para a entrega das doses da vacina contra a Covid-19, voltando a exigir “explicações plausíveis” para os atrasos verificados pela farmacêutica.
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29 Janeiro 2021, 10h42

A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, que também tem realizado vários contratos com farmacêuticas mundiais, afirmou que o contrato com a AstraZeneca deve ser revelado publicamente, de forma a perceber a razão da redução do fornecimento das vacinas, aponta a “BBC” esta sexta-feira, 29 de janeiro.

Ursula von der Leyen explica que a troca de assinaturas em agosto apresentava “ordens vinculativas num contrato cristalino” para a entrega das doses da vacina contra a Covid-19, voltando a exigir “explicações plausíveis” para os atrasos verificados pela farmacêutica. Por sua vez, a AstraZeneca sustenta que houve atrasos na produção nas fábricas da Bélgica e dos Países Baixos.

“A AstraZeneca assegurou-nos explicitamente que nenhuma outra obrigação impediria o cumprimento do nosso contrato”, apontou Ursula von der Leyen.

Fontes da União Europeia (UE) afirma que o bloco europeu só deve receber 25% das 100 milhões de vacinas que tem no contrato até março, o que representa uma falta de 75 milhões de doses.

A Comissão Europeia contratou 300 milhões de doses para a União Europeia, com a opção extra de serem entregues mais 100 milhões de doses, num total de 400 milhões. No acordo firmado entre os dois lados terá ficado explícito que as vacinas tinham de ser entregues após a aprovação do regulador europeu, que ainda não apresentou uma decisão final.

Pascal Soriot, diretor-executivo da farmacêutica anglo-sueca, defendeu-se e garante que o contrato estipulava que a AstraZeneca faria “o seu melhor esforço” para atingir a procura da União Europeia, não obrigando a farmacêutica a seguir um cronograma.

Nas últimas semanas, os dois lados têm estado em desacordo depois da AstraZeneca ter decidido priorizar o Reino Unido na entrega de vacinas após uma falha de produção. “Lamentamos a progressiva falta de clareza em relação às datas de entrega e pedimos um plano claro por parte da AstraZeneca para a entrega rápida das vacinas que reservámos para o primeiro trimestre”, disse a comissária da Saúde europeia Stella Kyriakides à “Bloomberg” após a reunião.

AstraZeneca oferece oito milhões de doses para compensar atrasos

A farmacêutica realizou uma oferta de oito milhões de doses da vacina contra a Covid-19 à União Europeia para compensar a falta da oferta, mas Bruxelas afirma que a oferta é um número muito aquém do prometido originalmente.

No contrato assinado no mês de agosto, a farmacêutica comprometeu-se a entregar entre 80 e 120 milhões de doses até ao fim de março “dependendo de como se lê o contrato”, disse uma fonte do bloco à “Reuters”.

Duas pessoas envolvidas nas negociações afirmaram que a União Europeia se comprometeu a pagar 336 milhões de euros à AstraZeneca pela distribuição total das doses, e que este valor também iria servir para financiar a produção das vacinas nas quatro fábricas da farmacêutica.

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