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Mutação das variantes tornam o vírus até oito vezes mais infecioso

“Confirmar que a mutação leva a uma maior transmissibilidade pode ajudar a explicar, em parte, a razão do vírus se ter espalhado tão rapidamente no ano passado”, continuou o professor assistente de biologia que integra o estudo.
19 Fevereiro 2021, 10h54

Uma investigação da Universidade de Nova Iorque (NYU) descobriu que uma mutação D614G na proteína spike do novo coronavírus, identificada nas variantes que estão a circular o mundo, torna a Covid-19 até oito vezes mais infeciosa em células humanas, revela o relatório da universidade em conjunto com o Centro do Genoma de Nova Iorque e do Hospital Mount Sinai.

“Nos meses que se seguiram desde que conduzimos este estudo, a importância da mutação D614G cresceu. A mutação atingiu uma prevalência quase universal e está incluída em todas as variantes atuais de preocupação”, sendo as variantes britânica, brasileira e sul-africana, revela Neville Sanjana, professor assistente de biologia da NYU.

“Confirmar que a mutação leva a uma maior transmissibilidade pode ajudar a explicar, em parte, a razão do vírus se ter espalhado tão rapidamente no ano passado”, continuou o professor assistente de biologia.

A NYU descobriu que a mutação D614G na proteína spike surgiu um início de 2020 e que atualmente é a forma mais prevalente e dominante do vírus. Em comunicado, a NYU nota um “consenso cada vez maior” entre a comunidade científica na infecciosidade do vírus, mas não sabem se “tem um impacto clínico na progressão da doença”.

Para conduzirem o estudo, os cientistas introduziram um vírus com a mutação D614G em células humanas do pulmão, fígado e cólon, tendo também introduzido uma versão do mesmo vírus sem a mutação nos mesmos tipos de células, posteriormente comparando os resultados. Os resultados mostram que a variante D614G aumentava a transmissibilidade do vírus “até oito vezes em comparação com o vírus original”, tornando-o ainda mais resistente.

A equipa responsável pelo estudo adiantou que estas descobertas “podem influenciar o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19” e devem influenciar as futuras vacinas de reforço para as variantes que se encontram em circulação.

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