O discurso de Theresa May na última terça-feira não deixou margem para dúvidas: vamos assistir a um “Hard Brexit”, ou seja, o Reino Unido vai afastar-se de todos os mecanismos da União Europeia. No que diz respeito ao mercado único, a primeira-ministra britânica afirmou que não haverá negociações para a continuação do país no acordo comercial mas que continuará a fazer pequenos pagamentos.
A libra disparou e os jornais escrutinaram as declarações de May para preparar artigos com os 12 pontos enumerados. Na Irlanda, o Ministério das Finanças e a ERSI encetaram simulações económicas para perceber o impacto real desta saída ‘dura’. De acordo com as previsões do Governo, apresentadas esta manhã no Parlamento, o PIB do país poderá diminuir 3,5% em cinco anos e 4% dez anos depois.
Ao Comité de Finanças do Parlamento, o economista chefe do gabinete de Michael Noonan, John McCarth, explicou que que a saída do Reino Unido da comunidade única vai fazer com que a Organização Mundial do Comércio imponha taxas de 50% para as exportações irlandesas de carne, de 25 % para as de leite e de 35% para as de carnes processadas.
Dublin está de olhos postos no país vizinho, tendo em conta que o executivo prevê ainda que o Brexit, só na próxima década, possa levar à queda de 30% nas exportações de Irlanda para o Reino Unido. Segundo o jornal irlandês “Irish Times” existem cinco pontos-chave (“ameaças”) a ter em conta a nível económico:
As estimativas do Governo de Irlanda indicam ainda que, fruto da diminuição das exportações, em dez anos poder-se-á perder até 40 mil postos de trabalho em dez anos e que a taxa de desemprego aumentará quase 2%.
Minister Noonan speaks about #brexit with @richardquest @CNN #wef17 #Davos pic.twitter.com/CPWu9KSfr2
— Department of Finance (@IRLDeptFinance) January 19, 2017
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