No Reino Unido, mais de 6% da população, ou 3,2 milhões de pessoas, sofre efeitos duradouros da Covid-19, ou a “Covid longa” que afetam não só a capacidade de trabalhar, como também o bem estar diário. Os dados do gabinete de estatísticas da região (Office for National Statistics, em inglês), citados pela “Bloomberg”, esta quarta-feira, sugerem assim que os impactos da pandemia a longo prazo poderão ir além dos danos económicos, e deixar marcas a nível social também.
De acordo com uma investigação, seis em cada 10 inquiridos que foram afetados pelos efeitos prolongados da Covid-19 disseram que a doença prejudicava o seu bem-estar geral, enquanto metade dos inquiridos indicou que a doença dificultava o seu trabalho.
O alerta chega dois dias depois do “Dia da Liberdade” em Inglaterra, dia em que o governo de Boris Johnson mandou levantar maioria das restrições contra a pandemia, nomeadamente, o uso obrigatório de máscara, o distanciamento social e a reabertura de bares e discotecas. Apesar do levantamentos destas restrições, o número de novos casos tem continuado a aumentar (+46.558 infeções) tendo sido registado, esta terça-feira, o maior número de mortes por Covid-19 em quatro meses: 96.
“Demos conta de pessoas que poderão ter tido impactos negativos duradouros à Covid-19”, afirmou Tim Vizard, principal investigador do órgão. “É necessário mais trabalho para separar os efeitos deste vírus prolongado teve numa variedade de fatores, como idade, sexo ou deficiência”, disse.
Por sua vez, o secretário de Estado da saúde britânico Sajid Javid afirmou, no início desta semana, que estes efeitos podem ter consequências “graves e debilitantes a longo prazo para milhares de pessoas em todo o Reino Unido, o que pode tornar a vida diária extremamente desafiadora”.
Embora a população com cerca de 50 anos possa ser a mais afetada pela “Covid-19”, os investigadores antecipam que a faixa etária mais jovem poderá registar mais casos de danos duradouros uma vez que é aquela que ainda não está totalmente imunizada.
Mais de 120 cientistas alertaram sobre os riscos do plano de desconfinamento total do governo de Boris Johnson numa carta para a revista médica “Lancet” a 7 de julho, dizendo que o país “corre o risco de criar uma geração com problemas crónicos de saúde e deficiências, cujos impactos pessoais e económicos podem ser sentidas nas próximas décadas”.
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