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Tecnologia do INESC TEC vai monitorizar doentes com Parkinson

O sistema integra uma aplicação e uma plataforma web e permite monitorizar os pacientes nas suas casas ou em instituições. Está em curso um estudo clínico que envolve o Centro Hospitalar de São João. A comercialização e a internacionalização são da responsabilidade da spinoff InSignals Neurotech.
10 Julho 2022, 14h00

É uma novidade. A partir de casa, ou da instituição onde viva, o paciente com Parkinson vai poder monitorizar os sintomas associados à doença e enviar dados, em tempo real, para os profissionais de saúde que o acompanham. Isto será possível graças à iHandUapp, uma solução tecnológica desenvolvida por investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, mais conhecido por INESC TEC.

“O sistema — explica Duarte Dias, cocoordenador do Centro de Investigação em Engenharia Biomédica do INESC TEC — é composto por uma aplicação móvel híbrida, preparada para funcionar em Android e iOS, através da qual os pacientes conseguem gerir a sua medicação, realizar testes para monitorizar os sintomas associados à doença, e manter os profissionais de saúde informados caso aconteça algum evento relevante”.

Além disso, acrescenta o investigador, o sistema inclui também um ‘dashboard’ especializado para que “os profissionais possam monitorizar o histórico clínico dos utentes, e uma base de dados, alojada na cloud, que disponibiliza informação em tempo real”.

Outro aspecto relevante do iHandUapp é que pode ser conectado com componentes externos, os chamados ‘appcessories’, para uma melhor monitorização dos sintomas e realização de testes para análise dos sintomas motores dos doentes. Um desses acessórios é o iHandU, um dispositivo também desenvolvido no INESC TEC e que integra uma tecnologia patenteada que permite quantificar a rigidez do pulso, um dos principais sintomas de Parkinson.

“Tivemos recentemente um estudo clínico aprovado pelo Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) que já está em curso e que tem como um dos objetivos iniciar a adopção deste sistema por parte dos médicos e dos pacientes”, adianta fonte do INESC TEC ao JE Universidades. Este estudo clínico ainda é na vertente científica e da responsabilidade do Instituto em conjunto com o serviço de neurologia do Centro Hospitalar.

O sistema carece de certificação médica, como qualquer sistema do género. “Um processo por vezes longo e que será da responsabilidade da nossa spin-off Insignals Neurotech”, adianta.

Parkinson é uma doença neurodegenerativa que impacta a mobilidade e cuja evolução difere de caso para caso. Estima-se que a doença afete 10 milhões de pessoas em todo o mundo, o que na perspetiva do mercado a atingir é muito significativo. “A InSignals Neurotech está a terminar o processo de planeamento de um estudo clínico multicentro com vários hospitais europeus”, revela a mesma fonte. Adianta ainda que a spin-off está a “trabalhar num plano de expansão para os Estados Unidos”. E neste momento há já algumas conversações em marcha.

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