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Covid-19. Governo chinês promove e-learning a 180 milhões de estudantes

Escolas de ensino básico, médio e até superior optaram por adotar plataformas de ensino online para assegurar que o programa escolar do segundo semestre decorre perto da normalidade. Alguns alunos não regressaram à escola depois das festividades do novo Ano Novo chinês.
3 Março 2020, 15h55

Com milhares de escolas e universidades encerradas devido ao surto do coronavírus, milhões de estudantes chineses encontram-se isolados em casa como recomendação das autoridades de saúde e sanitárias chinesas.

De acordo com a notícia avançada, esta terça-feira, pela plataforma Xinhuanet, o Governo chinês está a desenvolver um programa que incentiva as instituições educativas a adotarem plataformas e-learning para compensar a falta de aulas depois de ter sido “adiado temporariamente” o inicio do segundo semestre, previsto para arrancar a 17 de fevereiro. Esta medida deverá, assim, garantir que cerca de 180 milhões de estudantes “fiquem ocupados com o estudo guiado em casa” enquanto aguardam novas indicações das autoridades de saúde. Ainda não existem previsões para o regresso à escola.

O site noticioso reporta alguns casos. As escolas do distrito de Xicheng, no centro de Pequim, pediram que os alunos acedessem o bdschool.cn, um site de educação digital, que disponibiliza material didático para as escolas primárias e secundárias, para começarem a rever a matéria do semestre anterior. Na plataforma, os alunos podem clicar nos links dos seus respectivos cursos e seguir um horário das aulas, enquanto os professores dão orientações e requisitos através de um chat online, semelhante à aplicação chinesa WeChat.

As aulas diárias de um curso do ensino médio decorrem entre as 7h30 da manhã até às 17 horas da tarde, com intervalos para autoaprendizagem, exercícios e reuniões de turma. Um dos exercícios pedidos, esta segunda-feira, passava por pedir aos alunos que refletissem no que viram e ouviram recentemente sobre a luta contra a epidemia de coronavírus e a sua propagação mundial. Os alunos podem apresentar as suas repostas aos exercícios e outras reflexões na forma escrita, pintura ou video, adianta o Xinhuanet.

Já na região metropolitana de Guangzhou, no sul da China, o currículo das aulas online abrange exercícios físicos, leitura, educação anti epidémica, educação estética, além da matemática, ciências e inglês. Cada aula não dura mais que 15 minutos.

Nas universidades o mesmo já se verifica. As prestigiadas universidades de Pequim e Tsinghua iniciaram oficialmente o trabalhos do inicio deste semestre, na segunda-feira, através de vários meios de tecnologia online e serviços de streaming online.

“A situação epidémica representa um desafio para nós, mas também é uma oportunidade para promover de forma abrangente a digitalização e a informatização do ensino”, considerou Qiu Yong, diretor de Tsinghua. A universidade adotou o programa “ClassIn” e da Canvas Network para apoiar o ensino online.

A China continua a registar o maior número de pacientes infetados (80.303) e mortes confirmadas (2.946), seguindo-se da Coreia do Sul (4.812 casos confirmados e 28 mortes), Itália (2.036 infetados e 52 vitimas mortais ) e o Irão (1.501 casos confirmados e 66 mortes). A OMS ainda não classificou esta nova pneumonia viral como uma pandemia global, mas alertou que poderá ser uma possibilidade num futuro próximo.

Em Portugal foram confirmados dois casos de infeção de coronavírus esta segunda-feira. Aguarda-se as contra-análises de outros dois pacientes infetados.

Vários países que registaram os seus primeiros casos nos últimos dias adotaram medidas para limitar a disseminação do vírus: fecharam escolas, incentivaram o trabalho a partir de casa e cancelaram ou reduziram eventos internacionais e desportivos, uma decisão que deverá afetar os setores economicos mais importantes significativamente e potenciar uma recessão económica global.

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