O Chega distanciou-se, através de um comunicado da sua direção nacional, da “proposta absurda” apresentada pelo delegado à convenção nacional Rui Roque, que defendia na sua moção a remoção dos ovários de mulheres que recorressem ao Serviço Nacional de Saúde para abortar. Mas também manifestou “o mais veemente repúdio às tentativas de colagem do partido, e do seu programa político”, às intenções do congressista, referindo-se a ataques na imprensa e nas redes sociais “como forma evidente de estancar o crescimento nas sondagens” do partido liderado por André Ventura.
“Nem a direção nacional nem o seu presidente se reveem evidentemente nessa proposta absurda e jamais a materializarão no seu programa político”, lê-se ainda no comunicado, salientando que a moção de Rui Roque “recebeu um chumbo claro e o repúdio evidente por parte dos congressistas”, tendo recebido 38 votos a favor e 216 contra.
Na sua “Moção Estratégica Global para Portugal”, o ex-militante do Partido Nacional Renovador (PNR) defende que “às mulheres que abortem no Serviço Público de Saúde, por razões que não sejam de perigo imediato para a sua saúde, cujo bebé não apresente malformações ou tenham sido vítimas de violação, devem ser retirados os ovários, como forma de retirar ao Estado o dever de matar recorrentemente portugueses por nascer, que não têm quem os defenda no quadro atual”.
A convenção nacional do Chega decorreu neste fim-de-semana em Évora e ficou marcada por um clima de conflito interno que se traduziu em dois “chumbos” à lista para a direção nacional apresentada por André Ventura. Perante o impasse, este admitiu demitir-se, apesar de ter sido reeleito presidente por 99,4% dos militantes há duas semanas, o que contribuiu para que dois terços dos congressistas terem aprovado os novos vice-presidentes e vogais à terceira tentativa, já no início da noite de domingo.
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