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21 milhões de euros por dia. Portugal Fresh estima prejuízo da greve de motoristas

“O mês de agosto é de capital importância devido a concentração de pico de colheitas. Este mês tem um peso estimado de 23% no valor da produção nacional” de frutas, legumes e flores, refere o presidente da Portugal Fresh, Gonçalo Santos Andrade, citado no comunicado.
  • HO/Reuters
5 Agosto 2019, 14h49

A Portugal Fresh, associação para a promoção das frutas, legumes e flores, estimou hoje um prejuízo diário direto de 21 milhões de euros com a greve dos motoristas a partir de 12 de agosto e por tempo indeterminado.

Em comunicado, a Portugal Fresh salienta que “a greve dos motoristas terá um impacto muito negativo para o setor e para a economia” portuguesa, “afetando drasticamente as suas exportações”.

A entidade sublinha que o setor, que registou um volume de negócios de 2.790 milhões de euros, exportando mais de 1.500 milhões em 2018, “teme que o crescimento dos últimos anos possa estagnar ou regredir”.

Os sindicatos que entregaram um pré-aviso de greve com início em 12 de agosto estão reunidos com o Governo e disseram ter “várias propostas” para apresentar ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.

“O mês de agosto é de capital importância devido a concentração de pico de colheitas. Este mês tem um peso estimado de 23% no valor da produção nacional” de frutas, legumes e flores, refere o presidente da Portugal Fresh, Gonçalo Santos Andrade, citado no comunicado.

“Estimamos um prejuízo diário direto de 21 milhões de euros que pode crescer substancialmente se a paralisação se prolongar”, salienta, apontando que se a paralisação se prolongar por mais de quatro a cinco dias “muitas áreas de produção terão de ser abandonadas e alguns cliente chave serão perdidos, já que a geografia de produção nacional será substituída por outras geografias produtoras”.

Caso tal aconteça, o prejuízo poderá atingir 350 milhões de euros em cinco dias e irá colocar em risco os empregos.

Por isso, associação defende que é urgente tomar “medidas vigorosas que viabilizem o normal funcionamento das atividades de colheita, processamento e transporte, garantindo a liberdade de trabalhar para quem o queira fazer sem constrangimentos ou pressões por parte daqueles que, no exercício dos seus direitos, eventualmente venham a insistir em fazer greve”.

O setor defende que “tem de existir uma estratégia prioritária para o setor agrícola”.

O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) disse no sábado ter “várias propostas” para apresentar na reunião de hoje no Ministério das Infraestruturas e sublinhou que a estrutura sindical sempre quis evitar a greve.

“Existem várias propostas que nós queremos apresentar ao senhor ministro das Infraestruturas [Pedro Nuno Santos] e à ANTRAM [Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias]” na reunião, disse à Lusa Pedro Pardal Henriques.

Entre as principais propostas está a negociação de um contrato coletivo de trabalho “com um prazo de tempo mais estendido com as coisas que, quer uma parte quer outra, entendam reivindicar”, acrescentou o vice-presidente do SNMMP.

A greve convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa em 12 de agosto, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.

O Governo terá de fixar os serviços mínimos para a greve, depois de as propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

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