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“A construção desatualizou-se e adormeceu na sua forma de executar”, refere arquiteto Miguel Saraiva

O CEO do gabinete de arquitetura Saraiva + Associados destacou que existe uma grande dificuldade em contratar no sector da construção. “Entre 2008 e 2014 a taxa de abandono nestas profissões foi enorme. Não estamos a conseguir fazer a passagem de testemunho no conhecimento”, afirmou.
28 Novembro 2023, 11h55

O sector da construção precisa de se modernizar em todos os capítulos caso queira dar resposta ao desafio da reindustrialização e da indústria verde. Este foi um dos temas debatidos no painel ‘Futuro da Construção: o desafio das indústrias verdes’, inserido na conferência ‘Forma Futura – uma reflexão sobre a construção’, organizada pelo Jornal Ecónomico e a Transfor que decorre no Teatro Miguel Franco, em Leiria esta terça-feira, 28 de novembro.

“A construção desatualizou-se e adormeceu sobre a sua forma de executar. Ainda é muito tradicional face ao resto da Europa, até na contratação da mão-de-obra e isso reflete-se na forma de construir. construção está num momento de viragem muito lento”, referiu Miguel Saraiva, CEO and Leader Architect da Saraiva + Associados.

Para o arquiteto as empresas de construção têm um grande problema similar aos gabinetes de projeto que é a perda de mão-de-obra qualificada. “A construção é o parente pobre do processo, não só na engenharia como na arquitetura. O número de formação é baixíssima e há uma grande dificuldade em contratar para o sector”, salientou.

De resto, Miguel Saraiva recordou que entre 2008 e 2014 a taxa de abandono nestas profissões foi enorme, alertando que o país não está a conseguir fazer a passagem de testemunho ao nível do conhecimento.

“Corremos o risco de um dia querer fazer um hospital e ter de ir contratar a Espanha ou França. O Estado está completamente delapidado de meios técnicos e isso é grave”, sublinhou.

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