O número de doentes hospitalizados neste momento é preocupante, e segundo o coordenador da comissão de acompanhamento da resposta nacional em medicina intensiva para a Covid-19 a “previsão é que a ocupação exceda a capacidade já instalada”.
Segundo João Gouveia, numa conferência de imprensa, esta segunda-feira, no Hospital da Luz, Portugal poderá vir a assistir a um aumento exponencial de doentes internados em enfermaria e unidades de cuidados intensivos (UCI). Os dados do boletim da Direção-Geral da Saúde já começam a dar essa indicação, uma vez que, nas últimas 24 horas, foram registadas mais 96 doentes hospitalizados e mais 12 em UCI.
“Começámos janeiro com 649 camas em UCI e neste momento mais do que duplicamos essa capacidade fruto do grande esforço entre o publico e o privado e com isso temos conseguido dar resposta ao doente critico Covid e não Covid”, referiu o responsável.
Ainda assim, o foco do coordenador é a “expansão da medicina intensiva”.
“Necessitamos de aumentar ainda mais essa capacidade. Propomos aumentar em mais de 200 camas na medicina nacional e isso foi feito. Estamos a conseguir responder e ultrapassar as dificuldades”, frisou.
Quanto à ajuda internacional, João Gouveia afirma que “estão a ser estudadas as várias propostas, mas não são a solução”, argumentando que “são uma ajuda que queremos usar em últimos recurso”.
“Agrademos toda a ajuda e estudamos todas as hipóteses para o caso de virem a ser necessárias podermos usa-las. Mas não queremos usar. O nosso foco é a expansão da medicina intensiva”, reforçou.
Questionado quando é que Portugal poderá poder “suspirar de alívio” o responsável que “só quando tivermos menos de 3 mil casos diários, às quartas e às quintas-feiras, duas ou três semanas de seguida, com um Rt inferior a 0,7 e menos de 270 doentes internados em medicina intensiva”. O responsável acrescenta que só assim é possível dar resposta a nível nacional à doença Covid e não Covid em termos de medicina intensiva com as camas que “espero que fiquem abertas e se mantenham no final da pandemia”.
O processo de auxílio alemão a Portugal arrancou a 25 de janeiro, na sequência de um pedido de ajuda da ministra da Saúde à ministra da Defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer, e foi agora concretizado com uma equipa constituída por 26 profissionais de saúde, entre os quais oito médicos, sendo igualmente transportados 40 ventiladores móveis e dez estacionários, 150 bombas de infusão e outras tantas camas hospitalares.
De acordo com os Ministérios da Saúde e da Defesa de Portugal, os profissionais de saúde alemães permanecerão no país “durante um período de três semanas, estando prevista a sua substituição a cada 21 dias, até ao final de março, caso seja necessário”.
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