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Ambulâncias esperaram mais de 10 horas no hospital de Santa Maria e bombeiros fizeram protesto silencioso

O principal motivo do protesto dos bombeiros não é a demora do hospital em atender os doentes mas a falta de auxílio prestada pela Proteção Civil, visto que os bombeiros passam várias horas nas filas sem conseguir comer.
28 Janeiro 2021, 09h06

Os pedidos de transporte para o Hospital de Santa Maria devido à Covid-19 tem enchido as ambulâncias e, consequentemente, as filas de espera à porta do hospital de referência para o tratamento do vírus. O número máximo de ambulâncias na fila de espera atingiu as 30 durante esta noite de quarta-feira, e alguns dos bombeiros presentes no locais aguardavam há mais de 12 horas, segundo reporta a “SIC Notícias”.

A demora por parte do hospital motivou um protesto silencioso por parte dos bombeiros que se encontravam no local à espera, tendo as luzes dos veículos tido sido ligadas de forma intermitente. No entanto, o próprio hospital pediu que as luzes fossem desligadas, uma vez que podiam perturbar os doentes.

De acordo com a mesma publicação, uma das ambulâncias encontrava-se no local desde as 19 horas de quarta-feira, sendo que às 7h40 ainda estava no local.

Ainda assim, o principal motivo do protesto dos bombeiros não é a demora do hospital mas a falta de auxílio prestada pela Proteção Civil, visto que os bombeiros passam várias horas nas filas sem conseguir comer. A “TVI24”, que também esteve no local, indicou que outra ambulância estava na fila de espera desde as 11 horas e só às 16 horas receberam pacotes de bolachas e garrafas de água fornecidos pelo Hospital de Santa Maria.

Para evitar um grande fluxo de ambulâncias a entupir as urgências, os bombeiros pediram que o Governo abrisse a porta a mais meios e mais profissionais de saúde, de forma a ajudar também numa rápida resposta.

Apenas 15% dos doentes transportados em ambulâncias justificam a urgência hospitalar

O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, após saber das 30 ambulâncias que estavam à espera na porta do Hospital Santa Maria, apontou que “apenas 15% dos doentes transportados em ambulâncias justificam o recurso a urgência hospitalar”, uma vez que os restantes 85% “são triados com prioridade verde ou azul, representando uma sobrecarga evitável”, indicou em comunicado, citado pela Lusa.

Perante estes valores, o Centro Hospitalar Lisboa Norte apelou para a população só recorrer ao serviço de urgência dedicado à Covid-19 “em situações justificadas”, visto que a unidade tem registado “picos de afluência” no serviço das ambulâncias. Para as situações de ausência ou de sintomas ligeiros, o centro hospitalar pede que a população opte por se dirigir aos centros de saúde.

Com esta triagem própria por parte da população, é possível garantir que “os recursos hospitalares, em situação de grande sobrecarga, se concentrem no tratamento dos doentes com situações de maior gravidade”. Ainda assim, e com uma grande sobrecarga neste serviço, os profissionais “garantem a observação dos doentes”.

No mesmo comunicado, o Centro Hospitalar Lisboa Norte indiciou que as urgências dedicadas à SARS-CoV-2 se encontram atualmente em processo de ampliação, aumentando de 33 para 51 postos de atendimento em simultâneo.

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