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Aprovação de fármacos em Portugal demora o triplo do que diz a lei

Infarmed tem, por lei, 210 dias para avaliar um novo fármaco (mas já aprovado pela Agência Europeia do Medicamento). Em Portugal demora o triplo desse prazo (676 dias), mais ainda no caso de produtos oncológicos, aponta odiretor-geral da GSK Portugal, Maurizio Borgatta.
  • Maurizio Borgatta
10 Março 2023, 10h00

Maurizio Borgatta chegou a Lisboa há pouco mais de um ano, para liderar a GSKPortugal. O que encontrou surpreendeu-o: profissionais com um talento descomunal. “Um tesouro escondido”, como disse na entrevista ao JE. Mas não foi tudo. Também percebeu as ineficiências do regulador dos medicamentos, o Infarmed, e a ausência de atenção à vacinação dos adultos. Tudo temas em que a GSK– sob a sua batuta – quer agora marcar a diferença.

Como foi o negócio no ano de 2022 e a que se deveram estes resultados?
O ano de 2022 foi – nas palavras da nossa CEO – um marco histórico para nós em Portugal. Foi muito importante por causa da separação dentro da GSK, da parte de consumer products, representou uma mudança importante para nós, não só do ponto de vista de negócio, mas também do ponto de vista cultural. Foi uma oportunidade para reafirmar o que era o nosso propósito e alavancar a nossa cultura para alcançar esse objetivo. Em 2022 tivemos vendas totais de 29,3 mil milhões de libras, com um crescimento importante de 13% a nível global.

Em que áreas, principalmente?
Vimos crescimentos, principalmente, nas áreas de especialidades como oncologia, imunoterapia. E aqui representaram crescimentos de quase 30%, com 11 mil milhões de libras. Outra parte importante do nosso negócio, que é o negócio mais estabelecido, ‘general medicines’, respiratória, antibióticos e tudo o resto. E isso foi cerca de 10 mil milhões de libras. O resto foram as vacinas, com cerca de 8 mil milhões. É uma área que sempre sido muito importante para a GSK, mas agora, com o nosso propósito de impactar a vida de 2,5 mil milhões de pessoas nos próximos dez anos, converteu-se numa parte fundamental do negócio.

Principalmente por causa da vacina da herpes zoster [conhecida por zona], que tem batido recordes.

Como é que vê o mercado para as farmacêuticas em Portugal? Especialmente quando comparado com outros.
O mercado em Portugal é muito… particular (risos). Mas eu acho que isso é aplicável a todos os mercados em que trabalhei até agora. Tem particularidades, mas subimos muito em linha com os outros. Tivemos crescimentos importantes na área de especialidade, principalmente porque no ano passado tivemos a introdução de novos medicamentos, particularmente na área de oncologia, para o cancro do ovário, mas também lançamentos como a vacina que falava para a herpes zoster (zona). Ao mesmo tempo tivemos uma melhoria no desempenho.

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