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Banco de Portugal entrega dividendos recorde de 645 milhões de euros ao Estado

Pelo terceiro ano consecutivo, o Banco de Portugal entregou um valor recorde aos cofres públicos. Instituição liderada por Carlos Costa liquidou 1.003 milhões de euros em dividendos e imposto sobre lucros, relativos ao exercício de 2018.
10 Maio 2019, 13h00

O Banco de Portugal (BdP) entregou um valor recorde de 1.003 milhões de euros ao Estado em dividendos e imposto sobre lucros relativos ao exercício do ano passado. Os cofres públicos receberam 645 milhões de euros em dividendos líquidos e 358 milhões de imposto sobre lucros, segundo as contas da instituição liderada por Carlos Costa, divulgadas esta sexta-feira.

No ano passado, o banco central já tinha registado um aumento dos dividendos entregues ao Estado referentes a 2017. O BdP pagou 525 milhões de euros em dividendos ilíquidos e 272 milhões de euros em imposto sobre lucros, totalizando 796 milhões de euros.

No Orçamento do Estado para 2019, o Governo já incluía a expetativa de um aumento da contribuição dos dividendos entregues pelo BdP, para as contas públicas. “A perspetiva de dividendos por parte da Caixa Geral de Depósitos, e de um aumento dos dividendos pagos pelo Banco de Portugal, contribui para um crescimento de 9,5% da outra receita corrente”, referia no documento.

O aumento dos dividendos, que foram liquidados esta quinta-feira, dia 9 de maio, depois das contas terem sido entregues a 29 de março, derivou do aumento dos lucros do banco central. De acordo com o relatório de atividades e contas de 2018, o BdP lucrou em 2018, 806 milhões de euros, mais 149 milhões do que no anterior.

A contribuir para o aumento do resultado líquido do banco central esteve o aumento da contribuição de juros e de gastos e rendimentos equiparados, que totalizou 1 065 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 55 milhões de euros face a 2017. Mas ainda os 68 milhões de euros derivados de operações financeiras e o resultado líquido da repartição do rendimento monetário de 73 milhões de euros – com uma redução face a 2017 de 54 milhões de euros.

“A movimentação da provisão para riscos gerais em 2018 resultou, essencialmente, da redução  estrutural de exposição ao risco cambial, na sequência da referida decisão de alteração, numa perspetiva de longo prazo, das políticas de investimento, conduzindo à diminuição do montante de ativos denominados em moeda estrangeira nas carteiras de gestão de ativos”, explica o banco central.

Segundo as contas do BdP, os gastos de natureza administrativa totalizaram 206 milhões de euros, o que representa uma redução de dois milhões de euros face a 2017.

“Esta diminuição resulta do decréscimo de quatro milhões de euros em fornecimentos e serviços de terceiros (-7,7%), devido, em grande medida, a um menor volume de gastos com a assessoria na venda do Novo Banco (-6 milhões de euros), tendo sido parcialmente compensada por um aumento em dois milhões de euros dos gastos com pessoal (+1,8%)”, acrescenta.

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