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“Benefícios continuam a ser superiores aos riscos”. Regulador europeu mantém confiança na vacina da AstraZeneca

Esta semana, o comité de segurança da EMA continuará a investigar as situações reportadas nos vários países europeus e até quinta-feira será divulgado um parecer final. “O nosso trabalho é que se mantenha a confiança nestas vacinas, fizemos da nossa prioridade chegar a uma conclusão científica clara e rigorosa sobre a segurança deste fármaco”, disse a diretora-geral do regulador europeu.
16 Março 2021, 13h45

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reiterou a confiança na vacina da AstraZeneca/Oxford, argumentando que os benefícios do fármaco são superiores aos riscos de possível desenvolvimento de efeitos secundários. Durante uma conferência de imprensa, esta segunda-feira, em Bruxelas, a diretora geral da EMA, pediu, no entanto, que os vacinados com este fármaco que desenvolvam coágulos de sangue ou outro efeito secundário raro que comuniquem as autoridades de saúde, respectivas.

“Não há indicações de que a vacinação seja responsável por estes casos. Não foram reportados sintomas semelhantes durante os ensaios clínicos, nem estes estão listados como possíveis efeitos secundários das várias vacinas”, relembrou Emer Cooke. “Durante os ensaios clínicos, tanto os vacinados, como aqueles que receberam o placebo mostraram número reduzidos de coágulos de sangue”.

A afirmação surge no seguimento de 20 países, incluindo Portugal, terem decidido suspender, temporariamente, a vacina da AstraZeneca/Oxford depois de serem conhecidos vários casos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com esta vacina. Segundo a “Reuters”, até 10 de março, 30 casos de eventos tromboembólicos foram relatados.

Esta semana, o comité de segurança da EMA, composto por especialistas dos 27 Estados-Membros, continuará a investigar as situações reportadas nos vários países europeus e até quinta-feira será divulgado um parecer final. No entanto, a diretora geral da EMA relembra que, não só os casos que foram reportados foram reduzidos, quando comparado com o número de vacinas já administradas, mas também que “muitos cidadãos europeus desenvolvem coágulos de sangue por diferentes razões”.

Ainda assim, a responsável não descarta a seriedade dos eventos relatados. “A nossa prioridade é garantir que a vacina é segura”, disse Emer. “Quando se vacina milhões de pessoas é inevitável que aconteçam raros e graves incidentes após a vacinação. O nosso trabalho é garantir que estas situações são investigadas o mais rapidamente possível”.

Questionada sobre se estes episódios poderão afetar a percepção do público em relação à confiança nestas vacinas, a diretora-geral admite que a EMA está “preocupada”, mas que a missão do regulador é garantir que existe confiança na segurança destes fármacos.

“O nosso trabalho é que se mantenha a confiança nestas vacinas, fizemos da nossa prioridade chegar a uma conclusão científica clara e rigorosa sobre a segurança deste fármaco”, disse.

Esta segunda-feira, Portugal juntou-se à lista de países que optaram por suspender o fármaco da AstraZeneca até serem divulgado os resultados das investigações. O presidente do Infarmed confirmou, esta segunda-feira, que Portugal registou dois casos de tromboembolismo, mas garante que estas situações são “de perfil clínico diferente” e que estão em recuperação.

Para Portugal, a decisão vai implicar um atraso de duas semanas no processo de vacinação contra a Covid-19.  Na Europa já foram administradas 17 milhões de doses desta vacina, enquanto que cá o número fixa-se nas 400 mil vacinas inoculadas. Em armazém, irão ficar guardadas cerca de 200 mil doses.

A AstraZeneca garantiu que todos os lotes da sua vacina são submetidos a um rigoroso controlo de qualidade e “que não foram detectados efeitos adversos graves associados com a vacina”. Por sua vez, a Universidade de Oxford reiterou, esta segunda-feira, que a vacina é segura. á “evidências muito tranquilizadoras de que não há aumento no fenómeno do coágulo sanguíneo aqui no Reino Unido, onde a maioria das doses na Europa foi administrada até agora”, disse à “BBC” Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, que desenvolveu a vacina.

 

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