O filantropo e bilionário Bill Gates apelou que os medicamentos contra a Covid-19 e uma eventual vacina sejam disponibilizados aos países e pessoas que mais precisam deles, e não ao “melhor licitador”, argumentando que confiar nas forças do mercado prolongaria a pandemia mortal.
“Se deixarmos que os medicamentos e as vacinas cheguem ao licitador mais alto, em vez das pessoas e dos locais onde são mais necessários, teremos uma pandemia mais longa, mais injusta e mais mortal”, afirmou Gates, fundador da Microsoft, num vídeo divulgado este sábado durante uma conferência virtual sobre a pandemia organizada pela International AIDS Society.
“Precisamos que os líderes tomem essas decisões difíceis sobre a distribuição com base no património, e não apenas em fatores orientados pelo mercado”, explicou.
Com centenas de projetos de vacinas em andamento e governos na Europa e nos Estados Unidos investindo milhares de milhões de dólares em pesquisas, testes e produção, existe a preocupação de que as nações mais ricas possam aceder mais rápidamente aos remédios promissores contra o novo coronavírus, deixando os países em desenvolvimento de mãos vazias.
O cenário já se verificou no início deste mês quando os Estados Unidos anunciaram a compra da quase totalidade do stock para os próximos três meses do medicamento remdesivir à empresa Gilead Sciences. O remdesivir foi o primeiro medicamento autorizado nos Estados Unidos para tratar doentes graves com covid-19.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla inglesa) anunciou, em comunicado, que foi assegurada a compra de mais de 500 mil doses do medicamento, o que corresponde a 100% da produção da Gilead prevista para Julho (94.200 doses), 90% da produção em Agosto (174.900 doses) e 90% da produção em Setembro (232.800 doses).
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