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Bloco sul-americano defende cooperação na produção de vacinas

Os países comprometeram-se, “em todas as instâncias pertinentes”, a aumentar o nível de recursos para a investigação e o desenvolvimento de vacinas e a promover o acesso e a transparência na aquisição dos produtos.
26 Fevereiro 2021, 08h59

Os países do Fórum para o Progresso da América do Sul (PROSUL) defenderam uma maior cooperação no combate à pandemia e na produção regional de vacinas contra a covid-19.

O bloco, que integra Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai e Peru, reuniu-se virtualmente na quinta-feira e emitiu uma declaração focada nas dificuldades de produção e compra de vacinas na região.

“Expressando a nossa preocupação com a criação de regulamentos e/ou mecanismos que limitem as exportações de vacinas e suprimentos médicos a terceiros países para fazer frente à pandemia (…) declaramos a nossa vontade de promover a cooperação internacional e regional para alcançar o acesso universal, equitativo e oportuno à imunização contra a covid-19”, indicou, em comunicado.

O PROSUL reiterou que a vacina contra a covid-19 é um bem público global e defendeu que os Ministérios da Saúde da região trabalhem em conjunto para fortalecer as capacidades locais de produção de vacinas, já em “preparação para a próxima pandemia”, acrescentou no comunicado publicado pelo executivo brasileiro.

Os países comprometeram-se, “em todas as instâncias pertinentes”, a aumentar o nível de recursos para a investigação e o desenvolvimento de vacinas e a promover o acesso e a transparência na aquisição dos produtos.

O grupo expressou a vontade de “explorar a possibilidade de criar redes regionais, no âmbito do Grupo Setorial de Saúde, para aceder ao sequenciamento genético e a um sistema de vigilância de novas variantes de atenção do vírus da covid-19”.

De acordo com a declaração, os países da região devem enfrentar juntos este desafio global, quer em termos de gestão pública, quer em mobilização de recursos, para que seja dada uma resposta a vários níveis.

O PROSUL foi criado em 2019 em resposta à União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), paralisada por divergências em relação ao regime do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

A vacinação contra a covid-19 nas América do Sul tem sido marcada por um processo lento e desigual.

Neste momento, o Chile tem a campanha de imunização mais bem-sucedida da América do Sul, com cerca de 16% da população vacinada contra a covid-19, sendo o único país do continente que aplicou doses de vacinas em mais de 10% dos habitantes.

Esta percentagem supera amplamente países vizinhos, como a Argentina (1,1%) e o Brasil (3%), segundo o portal científico ‘Our World In Data’.

Na semana passada, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou mais uma vez que, se a campanha de vacinação contra a covid-19 não for implementada em todos os países, o vírus continuará a sofrer mutações, o que poderá prolongar significativamente a pandemia.

Guterres denunciou “um progresso extremamente desigual e injusto em matéria de vacinação”.

“Apenas dez países administraram 75% de todas as vacinas contra a covid-19. Enquanto isso, mais de 130 países não receberam uma única dose”, frisou.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.498.003 mortos no mundo, resultantes de mais de 112,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.185 pessoas dos 801.746 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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