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BPI com lucros de 390 milhões de euros até setembro a subirem 35%

O BPI obteve um resultado consolidado de 390 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2023, o que representa uma subida de 35% em comparação com os 289 milhões registados no período homólogo do ano anterior. A atividade em Portugal contribuiu com 324 milhões, mais 162 milhões face a setembro de 2022.
  • Cristina Bernardo
30 Outubro 2023, 11h08

O BPI obteve um resultado consolidado de 390 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2023, o que representa uma subida de 35% em comparação com os 289 milhões registados no período homólogo do ano anterior. A atividade em Portugal contribuiu com 324 milhões, mais 162 milhões face a setembro de 2022. Para os lucros consolidados de 390 milhões de euros contribuíram os lucros nas operações em Angola e Moçambique, com 42 milhões e 24 milhões respetivamente.

A rentabilidade dos capitais próprios tangíveis (ROTE) recorrentes sobe para 13,7%.

A margem financeira cresceu 84% para 688 milhões refletindo a subida das taxas de juro de mercado e o crescimento do volume de crédito, sendo por outro lado penalizada pela subida do custo dos depósitos e das emissões de dívida (obrigações hipotecárias e de MREL), revela o banco que apresenta hoje os resultados do terceiro trimestre em conferência de imprensa.

As comissões líquidas mantiveram-se estáveis nos 218 milhões de euros. Para este resultado contribuiu, de forma positiva, a abertura de novas contas, as operações de emissão de dívida de empresas e a comercialização de fundos e seguros de capitalização, o que permitiu contrabalançar a descida registada nas comissões de crédito e de intermediação de seguros. O produto bancário cresceu 50% para 924 milhões de euros.

“Os proveitos da atividade comercial cresceram 50% o que, a par com um aumento de 12% dos custos e um custo do risco de 0.23%, se traduziu numa melhoria da rentabilidade dos capitais próprios tangíveis recorrentes em Portugal para 13.7% (+6.3 p.p. nos últimos 12 meses)”, revela o banco.

Os custos de estrutura recorrentes aumentaram 12% para 375,4 milhões de euros. O que inclui os custos regulamentares de 41,5 milhões de euros, dos quais para o Fundo Único de Resolução em 2023 somam 10,4 milhões de euros. Para o Fundo de Resolução Nacional o custo este ano somou 4,8 milhões de euros. A contribuição sobre o setor bancário foi de 22,3 milhões e o Adicional de solidariedade sobre o setor bancário custou ao BPI 4,1 milhões de euros.

“A evolução dos custos incorpora os efeitos da inflação e investimento em novos projetos tecnológicos”, revela o banco.

O rácio de eficiência core (cost-to-income core) melhora 9,2 p.p. nos nove meses alcançando 40,8% em setembro de 2023 (últimos 12 meses).

O BPI registou um crescimento homólogo de 3% no crédito (+800 milhões de euros), com o crédito a particulares a subir 2%, enquanto os recursos de clientes diminuíram 5% com os depósitos a recuarem 6% (-2 mil milhões de euros).

A contratação de habitação diminuiu 15% face ao período homólogo, alcançando cerca de 1,8 mil milhões de euros nos primeiros nove meses  como consequência da menor procura de mercado. De salientar que, ainda assim, a produção em 2023 supera os volumes registados em 2020 e 2021. De referir que a taxa fixa representa 48% dos novos contratos de crédito habitação em 2023, revela o BPI.

O crédito à habitação soma 14,6 mil milhões de euros em 220 mil contratos a crescer 4% num ano e a quota de mercado sobe para 14,4% em setembro e na contratação sobe para 19,3% (aqui são dados de agosto).

Já a carteira de crédito a empresas aumenta 2% para 11,2 mil milhões de euros. . A quota de mercado no crédito a empresas, incluindo o crédito titulado, aumentou 53 bps num ano para 12,3% em setembro 2023.

João Pedro Oliveira e Costa, Presidente Executivo do BPI, destacou “o bom desempenho do BPI, suportado por uma dinâmica comercial positiva e uma gestão prudente do risco de crédito, num período em que a economia começa a evidenciar sinais de algum abrandamento. O Banco registou crescimentos acima do mercado na produção de crédito, com ganhos de quota no crédito”.

A quota de mercado em crédito aumentou 29 bps, em termos homólogos, para 11,7% em setembro de 2023.

“O rácio de NPE mantém-se em mínimos históricos, enquanto os rácios de liquidez, solvabilidade e cobertura permanecem em níveis elevados, muito acima dos requisitos de supervisão”, acrescenta o banqueiro.

O custo do risco de crédito subiu ligeiramente para 0,23%, as imparidades líquidas de recuperações somam 45 milhões de euros. O saldo no balanço de imparidades não alocadas em setembro somavam 28,5 milhões de euros.

O rácio de NPE (non-performing exposure) continua a trajetória descendente, e em setembro fixou-se em 1,6% (olhando para o rácio de NPL está em 1,9%). O BPI realça que a cobertura por imparidades é de 96%.

Os imóveis obtidos por recuperação de créditos (valor de balanço líquido) totalizam em setembro um milhão de euros. No crédito à habitação o valor da carteira de imóveis por recuperações de crédito à habitação é de 700 mil euros. O banco destaca que nos últimos nove meses não entraram casas por incumprimento do crédito à habitação, e em três anos só entraram 20 imóveis por dação em cumprimento deste segmento de crédito.

“O facto de o banco não estar a receber quaisquer habitações de clientes, executados por deixarem de pagar as prestações, deve-se à “atitude preventiva que o banco tem, temos sempre uma forma de atuar junto dos nossos clientes antes de se chegar a uma situação mais difícil”, disse o CEO.

Já o valor líquido da exposição ao fundo de recuperação FCR é de 17 milhões de euros.

“Esta robustez financeira do BPI permite-nos manter uma significativa capacidade de investimento em inovação tecnológica e na melhoria da experiência do cliente. Além disso, ajuda-nos a cumprir plenamente o nosso compromisso com a sociedade: apoiar as famílias, as empresas, e os grupos mais vulneráveis. Nesse contexto, vale a pena notar que o BPI tem apoiado todos os clientes com dificuldades em enfrentar a rápida normalização das taxas de juro, não registando qualquer entrada de imóveis por recuperações de crédito à habitação em 2023”, destaca o CEO.

O rácio de capital CET1 está em 14,5%. O banco revela que o BPI “cumpre largamente os rácios de MREL requeridos para 1 de janeiro de 2024. O rácio MREL em percentagem dos RWA (ativos ponderados pelo risco) situa-se em 24,6%, versus o requisito final de MREL a cumprir a partir de 1 de janeiro 2024 de 22,43%”.

O rácio MREL em percentagem da LRE (Leverage Risk Exposure) estava em setembro em 11,1%, versus o requisito final de 5,91%.

O banco reportou ainda 919 mil utilizadores de canais digitais, ou seja, mais 107 mil novos utilizadores ativos na BPI App nos últimos 12 meses. Sendo que 32% das vendas de produtos foco são iniciadas nos canais digitais.

(atualizada)

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