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Bruxelas está aberta a adiar Brexit desde que britânicos apresentem plano

Na segunda-feira, o parlamento britânico aprovou uma lei para evitar uma saída do Reino Unido da União Europeia sem um acordo definido.
Foto: EPA/ Julien Warnand/ Lusa
9 Abril 2019, 12h27

Depois de o parlamento britânico ter aprovado uma lei para evitar uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE) sem um acordo definido, os ministros dos negócios estrangeiros dos 27 Estados-membros da UE, reunidos em Luxemburgo, aceitaram que o Brexit seja adiado, desde que a primeira-ministra britânica, Theresa May, apresenta um plano claro de como ratificar o acordo.

“Estamos todos disponíveis para uma extensão, mas certamente queremos ver um plano claro”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, Simon Coveney, esta terça-feira, citado pela Reuters, à margem do encontro que decorreu um dia antes dos governantes de cada país-membro da UE decidir se Bruxelas vai permitir um adiamento do Brexit.

O homólogo holandês, Stef Blok, frisou que é “do interesse da Holanda evitar um Brexit sem acordo e, se for necessário mais tempo, tal deverá ser concedido”.

Na quarta-feira decorre a cimeira europeia, onde a UE deverá decidir se aceita um adiamento do Brexit. Sem uma prorrogação do prazo para a saída do Reino Unido da UE, o Brexit deverá acontecer pelas 22h00 de dia 12 de abril, sexta-feira, sem que um acordo para amortecer o choque económico tenha sido formalizado entre britânicos e Bruxelas.

“Brexit sem acordo? Não, obrigado”, dizem britânicos

Ninguém parece querer que o Reino Unido abandone o clube de Bruxelas sem um “acordo de cavalheiros”, que deixe bem vistas ambas as partes. E, a par desta abertura evidenciada por ministros dos Negócios Estrangeiros, hoje reunidos em Luxemburgo, a câmara alta do parlamento britânico aprovou, na segunda-feira à noite, uma lei que obriga o governo de May a pedir aos líderes da UE um novo prazo, evitando a 12 de abril um Brexit sem acordo.

Apesar de ter sido rejeitado três vezes o acordo de saída da primeira-ministra conservadora Theresa May, o parlamento britânico também votou contra um “não acordo”.

Para evitar um cenário de saída abrupta de Bruxelas, a Câmara dos Lordes apresentou, também na mesma noite, um projeto de lei que pretende forçar a chefe do Governo a adiar o Brexit, caso os parlamentares não consigam superar as suas divergências e não cheguem a acordo sobre a modalidade de saída do Reino Unido da UE.

Adotada por iniciativa dos deputados, a lei inverte a ordem pela qual o Parlamento debate e adota a legislação proposta pelo Governo.

No seguimento da iniciativa legislativa aprovada, Theresa May deverá nas próximas horas apresentar uma moção ao parlamento britânico com a duração do prazo que, na quarta-feira, irá sugerir à União Europeia. Os membros da União Europeia poderão votar essa moção, mas também apresentar propostas sobre a duração do adiamento solicitado.

A lei permite que o Theresa May possa solicitar uma prorrogação do prazo de saída da UE a partir de 22 de maio.

Originalmente marcada para 29 de março, a saída do Reino Unido da UE já foi adiada para 12 de abril. Contudo, devido à falta de um acordo entre os deputados britânicos, May pediu aos líderes da UE um segundo adiamento, até 30 de junho, com a possibilidade de o Reino Unido sair mais cedo, caso os parlamentares cheguem a um compromisso.

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