O presidente da Câmara de Sintra admitiu, em entrevista ao “Público” que existem cerca de 700 casos no concelho de Sintra que foram identificados mas não foram contactados, o que impossibilita a capacidade de monitorização de casos na região.
Basílio Horta conta ao jornal que a região tem agora seis equipas multidisciplinares em terreno, uma por cada freguesia em calamidade — duas pessoas, um enfermeiro, um técnico de serviço social e um motorista — que depende depois do trabalho de outra equipa em backoffice que responde “às necessidades da pessoa confinada que sabe que tem o opoio social”.
Apesar desta equipa montada, Basílio Horta explica que existe uma falta de recursos humanos e é necessário fazer um inquérito completo de rastreio para que a linha de transmissão do vírus seja quebrada. “Até anteontem tínhamos feito 230 visitas, abarcando 565 pessoas. E temos 1.200 pessoas que devem estar confinadas”, informa, sublinhando que “não existem surtos” mas sim casos individualizados.
Questionado se nesse grupo existem casos confirmados, o autarca confirma, dizendo que “temos 700 e tal pessoas que não sabemos onde estão. Ou melhor, sabemos onde estão mas não foram contactadas. Não sabemos se estão em casa, se não estão”. Basílio Horta continua por dizer que espera que até ao final do mês de julho que maioria destas pessoas seja contactada.
Basílio Horta argumenta que existe uma falta de meios entre as equipas de profissionais de Saúde. “A delegação de saúde de Sintra tem cinco pessoas, a da Amadora tem sete. Estamos fartos de dizer isto. O número de assistentes operacionais já foi reforçado, é verdade, mas temos de ter mais”, sublinha o presidente da Câmara.
Mesmo com fragilidades na monitorização dos casos no concelho, o presidente da câmara mantém o otimismo e diz que, até agora”, têm conseguido quebras as cadeias de transmissão.
“O concelho é enorme e tem muita gente. É o concelho com maior número de jovens, maior número de imigrantes, são 10% da população. Não nos faltam problemas”, concluiu.
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