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CCP defende crescimento económico para aumentar salários

“A concertação social é uma plataforma que não deve ser desperdiçada”.
10 Março 2024, 18h00

Qual foi o efeito na economia provocado pela marcação de eleições antecipadas?
Quer se queira quer não, as expectativas que existem quanto à situação política adiam muitos investimentos, adiam contratações de pessoas. E estamos a ver um movimento lento, não muito pronunciado, mas de aumento do desemprego.
A economia e a produtividade têm de crescer para haver espaço para se aumentar os salários. Não vamos lá com medidas que são paliativos, que podem mitigar algumas situações pontuais, mas não alteram qualitativamente a situação. Não vemos nada de grande novidade nas propostas dos partidos políticos.

A tão desejada promoção da competitividade exige a viabilização de uma viragem na condução da política económica?
Em termos de competitividade temos dois problemas essenciais: baixo valor criado no que produzimos e vendemos e um perfil de especialização que não nos tem permitido subir em valor nas cadeias globais de produção. O ponto fraco é que em termos de médias europeias incorporamos menos componentes imateriais, como serviços e inovação. O facto positivo de estarmos nos 50% de exportações brutas não pode omitir, por exemplo, que o peso das componentes importadas das mesmas subiu de 22% em 1995 para 30% em 2018, atingindo na indústria os 43%. Tudo isto está claro no recente estudo realizado pelo Professor Augusto Mateus para a CCP.
Sem criar valor é utópico pensar que os níveis salariais possam subir significativamente e o nível de vida melhorar. O turismo tem sido, e continuará a ser útil, quer em termos de fluxos financeiros quer na manutenção do emprego, mas não resolve estes problemas estruturais.

Qual é a importância de um contrato social entre partidos do arco da governação para viabilizar reformas nos sectores-chave?
Para investir num novo modelo de desenvolvimento económico, o que temos chamado de Contrato Social, tem de incluir os parceiros sociais e o governo a partir da Comissão Permanente de Concertação Social, partindo para um universo mais alargado que terá de incluir os partidos políticos que entendem a iniciativa privada e as empresas como os motores da economia. E naturalmente o Estado interveniente em termos de políticas públicas favoráveis, com especial relevo para o investimento público que tem sido sucessivamente sacrificado, e nos coloca mesmo muito mal em termos europeus.

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