CEO do BPI admite cenário de taxas de juro abaixo dos 3% ainda em 2024

O CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, considera que as taxas de juro irão cair para menos de 3% ainda em 2024, podendo atingir os 2,5% no próximo ano, significativamente abaixo dos 4% definidos pelo Banco Central Europeu (BCE). O cenário foi levantado em entrevista à Rádio Renascença, durante o programa ‘Dúvidas Públicas’.

“Vai haver uma descida moderada, lenta, não vai ser repentina e não vamos, quase de certeza, para o patamar onde estávamos anteriormente. Acredito que acabaremos o ano com taxas de juro um pouco abaixo dos 3% e, depois, durante 2025, se aproximem mais dos 2,5%, mas de uma forma lenta”, analisou, defendendo que as taxas de juro já “poderiam ter começado a descer”.

Perante um cenário de descida das taxas de juros, o executivo entende que o mesmo deverá ser encarado com “alguma prudência”, nomeadamente no que diz respeito ao aumento das despesas. “Recomendaria às pessoas que, quando sentissem as primeiras descidas das taxas de juro, não alterassem os comportamentos de consumo, ou seja, mantivessem alguma prudência porque eu não acho que estejamos num cenário estável, não por Portugal, mas pelo que vem de fora, nomeadamente a questão geopolítica”.

Quando às opções de taxa no crédito à habitação, o líder do BPI, que assumiu funções em novembro de 2020, considera que a taxa mista é, neste momento, a opção mais vantajosa. “Agora, a rainha desta história é a taxa mista. Porque há uma sensação de descida das taxas, então fixa-se a taxa em três ou cinco anos. Neste momento, a nossa contratação, entre 60% a 70% é taxa mista, 20% é taxa fixa e só o restante é taxa variável”, analisou Oliveira e Costa, assumindo que é nessa opção que recairia a sua escolha pessoal.