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China recusou dar dados em bruto à equipa da OMS que esteve em Wuhan a estudar origem do vírus

Durante a próxima semana será revelado um pequeno relatório com as descobertas da equipa que esteve em Wuhan.
Organização Mundial de Saúde
13 Fevereiro 2021, 17h11

A China terá recusado fornecer dados em bruto sobre os primeiros casos identificados como Covid-19 à equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que esteve em Wuhan a investigar a origem do vírus, revelou um dos investigadores da equipa, aponta a “Reuters”. Segundo o mesmo membro da equipa, a falta destes dados pode complicar os esforços da OMS em compreender como o vírus começou.

A equipa da OMS que está a estudar o vírus solicitou dados brutos relativos a 174 casos de Covid que a China identificou na fase inicial do surto em Wuhan, em dezembro de 2019, mas as autoridades de saúde chinesas apenas terão fornecido um resumo, afirmou Dominic Dwyer, especialista em doenças infeciosas.

Dwyer, que atualmente se encontra a realizar quarentena na Austrália após a visita à China, disse à “Reuters” que ter acesso aos dados não trabalhados pela equipa é extremamente importante, uma vez que metade dos 174 casos estiveram expostos ao mercado de Huanan, onde o vírus foi inicialmente detetado.

“É por isso que insistimos em pedir estes dados”, afirmou Dwyer à publicação. O especialista afirmou que as autoridades forneceram muito material mas que esta questão essencial tem de constar no relatório final da equipa, uma vez que se tratam de dados muito específicos e que poderiam ajudar a identificar a causa. “O pessoal da OMS sentiu que tinha recebido muitos mais dados do que no ano anterior, e isso em si já é um avanço”.

Durante a próxima semana será revelado um pequeno relatório com as descobertas da equipa que esteve em Wuhan.

Esta investigação, que deveria ter sido finalizada em 2020, foi afetada por atrasos, preocupações com o acesso a informações e confrontos entre Pequim e Washington, que acusou por diversas vezes o território chinês de ocultar a extensão do surto.

A equipa da OMS chegou à China em janeiro e passou quatro semanas a investigar as origens do surto, viu as visitas às instalações limitadas e organizadas por uma equipa chinesas, tendo sido também impedida de contactar com a comunidade devido às restrições que se encontram em vigor.

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