Com o agravamento do conflito em território ucraniano, crescem as preocupações com o espaço cibernético que, pela primeira vez na história, desempenha um papel central em tempos de guerra. O volume de notícias falsas aumentou significativamente, segundo um estudo conduzido pela Check Point Research (CPR), e ameaça mesmo potenciar ainda mais as tensões entre Ucrânia e Rússia.
A CPR alerta para grupos de hacktivistas que fazem reivindicações falsas de supostos ciberataques bem-sucedidos, bem como espalhar informação falsa com o objetivo de polarizar opiniões e escalar o conflito.
Dois exemplos disso mesmo, foram os alegados ciberataques ao maior motor de busca russo, Yandex, e a dois outros alvos — uma central nuclear russa e o portal do grupo Anonymous. Estes grupos de hacktivistas utilizaram uma combinação de vídeos antigos do YouTube, informação pública e páginas copiadas para convencer o público da sua audácia. A CPR deixa um apelo às pessoas no sentido de “desconfiarem das notícias que dão conta de grandes ciberataques”, por suspeitar que muitos mais grupos estejam a aproveitar a situação atual para espalhar informação falsa.
“Pela primeira vez na história, qualquer pessoa pode juntar-se à guerra. Estamos a ver toda a cibercomunidade envolvida, com muitos grupos e indivíduos a tomar lados, seja pela Rússia ou pela Ucrânia. Há um grande ciber caos. Estamos a ver uma corrente de informação a ser partilhada por hacktivistas, que fazem todo o tipo de reivindicações, muitas das quais são falsas e utilizam informação antiga ou pública”, afirma Lotem Finkelstei, responsável pela área de Threat Intelligence and Research na CPR.
O responsável da empresa especialista em soluções de cibersegurança para empresas e governos a nível mundial alerta que “os hacktivistas estão a reivindicar ataques cibernéticos para ganharem popularidade ou glória. No futuro, será importante que verifiquemos as reivindicações que hackitivistas ou individuais estão a fazer na esfera cibernética em torno do atual conflito Ucrânia-Rússia”.
“Em dias normais, quando grupos deste tipo assumem responsabilidade por ataques que nunca aconteceram, podemos ignorar e não dar importância. Mas em tempos de guerra, afirmar que se tem o controlo de uma central nuclear, por exemplo, pode ter um impacto terrível na forma como os dois lados reagem a estas declarações falsas. À medida que a tensão cresce, há pouco espaço para validar os relatos de ciberataques. Estes grupos de hacktivistas estão a adicionar uma nuvem imensa de nevoeiro ao campo de batalha, se quisermos dizê-lo assim. É importante perceber que estes grupos de hacktivistas existem independentemente da guerra, mas estão a tentar aproveitar-se da situação atual para espalhar informação falsa sobre ataques que nunca aconteceram para aumentar o seu protagonismo”, conclui Finkelstei.
Sete dicas para ajudar a confirmar a veracidade da informação consumida
Cuidado com as fake news
Seja cauteloso com a informação falsa que se dissemina rapidamente.
Verifique as datas
Consulte as datas do conteúdo que partilha, é possível que esteja a divulgar notícias antigas e sem relevância.
Identifique as origens do conteúdo
Tenha cuidado com o conteúdo com o qual interage. De onde veio? Está a ser incitado a amplificá-lo? Causa fortes reações emocionais? Estão a pedir-lhe que gaste dinheiro?
Verifique duas vezes os links com que se cruza
Verifique os links que recebe. São tirados de outro portal? Conduzem-no a uma página falsa ou copiada?
Baseie-se apenas em fontes confiáveis
Recorra sempre a informação de fontes fidedignas e oficiais.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com