A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou hoje que as pessoas “não devem recear a comida ou as embalagens de comida” como fontes de contágio de covid-19, apesar de vestígios do novo coronavírus terem sido encontrados em asas de frango importadas do Brasil.
O jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC) noticiou hoje que o SARS-Cov-2, o coronavírus que provoca a doença covid-19, foi encontrado em asas de frango congeladas importadas do Brasil para a cidade de Shenzhen, no sul da China, mas que todo o pessoal das alfândegas que entrou em contacto com as amostras foi testado e deu negativo.
“Não há provas de que os alimentos ou a cadeia alimentar estejam a participar na transmissão deste vírus”, salientou o diretor executivo do programa de emergências sanitárias da OMS, Michael Ryan.
A principal responsável técnica da OMS no combate à covid-19, Maria van Kerkhove, esclareceu que a China “testou cerca de cem mil embalagens” de comida à procura do novo coronavírus, mas que só o encontrou em “menos de dez”.
“Sabemos que [o vírus] pode permanecer em superfícies durante algum tempo, mas pode ser inativado lavando as mãos ou usando uma solução à base de álcool”, indicou, acrescentando que a OMS emitiu orientações para os trabalhadores de instalações fabris de processamento de alimentos para evitar a transmissão.
Michael Ryan ressalvou que é importante “não descartar provas científicas”, mas que é “igualmente importante que as pessoas possam continuar a viver sem medo”.
“As pessoas já estão suficientemente assustadas e com medo”, declarou, reiterando que não há qualquer indicação científica de transmissão do novo coronavírus através de alimentos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 749 mil mortos e infetou mais de 20,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.770 pessoas das 53.548 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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