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Estados Unidos podem decidir taxar petróleo saudita

Numa medida que até agora estava reservada para os ‘inimigos económicos’ dos Estados Unidos, Trump pode colocar entraves à entrada de petróleo saudita no país. É mais uma medida para manter a economia caseira acima da linha de sobrevivência.
2 Abril 2020, 08h13

Numa altura em que Donald Trump está a começar a admitir que o prolongamento do regime de contingência face à Covid-19 é a única forma de combater a pandemia – e que a economia norte-americana irá sofrer um impacto mais violento que o inicialmente previsto, o presidente começa a tentar formas de contornar as dificuldades que até há poucos dias eram impensáveis.

Está nreste grupo inesperado a possibilidade de os Estados Unidos aumentarem as taxas aduaneiras sobre as importações de petróleo da Arábia Saudita. O mais importante aliado dos Estados Unidos no Médio Oriente – e também um dos mais importantes clientes do poderoso setor do armamento norte-americano – pode assim ser dos primeiros a sentir na economia esta espécie de ‘traição’ que até agora Trump reservava apenas para os seus ‘inimigos’: o a guerra comercial.

Segundo o Wall Street Journal, uma reunião entre Trump e alguns dos mais destacados CEO do setor petrolífero norte-americano – entre eles representantes da Exxon Mobil, Chevron e Occidental Petroleum Corp – estarão esta sexta-feira na Casa Branca para debaterem possíveis auxílios à indústria nacional. Ora, uma das formas de auxílio será tarifar importações de petróleo da Arábia Saudita.

Os Estados Unidos, que são o maior produtor de petróleo do mundo e também um dos maiores consumidores, podem assim tentar mais uma medida que possa auxiliar ao reaquecimento da economia interna.

Para isso mesmo apontam declarações do presidente do Federal Reserve Bank de Boston, Eric Rosengren, que afirmou que o surto de coronavírus e a consequente “acalmia” da frente económica poderiam levar a taxa de desemprego a “aumentar drasticamente”.

“Estamos a testemunhar os fortes efeitos da pandemia na saúde pública. Ao mesmo tempo, a resposta necessária – o distanciamento social – acalmou a economia, interrompendo inúmeras vidas e meios de subsistência”, disse Rosengren.

O Federal Reserve está a agir rapidamente para limitar os efeitos do vírus na economia e nos mercados financeiros, reduzindo a taxa a 0% e implementando várias facilidades de obtenção de liquidez destinadas a manter o fluxo de crédito nos mercados.

Por exemplo, explicou, a instituição que dirige abriu empresta dinheiro aos bancos para que estes possam comprar ativos de fundos do mercado monetário. Outros programas criado no mesmo sentido estão a ser implementados: o Federal Reserve de Nova Iorque está a criar um instrumento que facilitará a emissão de dívida pelas empresas.

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