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Diversificação da economia angolana deve passar por agroalimentar e farmacêutico, projeta presidente da AIPEX

“Angola é hoje um país aberto ao exterior”, sublinhou Arlindo Chagas Rangel, defendendo que as empresas portuguesas podem ter um papel fulcral na afirmação da economia angolana, beneficiando de um ambiente de negócios favorável e das reformas legislativas recentes.
Victor Machado
18 Junho 2024, 10h50

A internacionalização e diversificação da economia angolana passará muito pela captação de investimento, projeta o presidente da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), apontando, aos sectores agroalimentar e farmacêutico. Para tal, a estabilidade governativa do país, as reformas que promovam um ambiente de negócios favorável e a juventude da população são fatores chave de atração e Portugal, pela proximidade cultural e económica, é a porta de entrada ideal.

Arlindo Chagas Rangel, presidente da AIPEX, aproveitou a conferência ‘Doing Business Angola 2024’ organizada em conjunto pelo JE e Forbes África Lusófona para sublinhar as vantagens competitivas angolanas e a evolução do país para um destino cada vez mais atrativo para investimentos de capital estrangeiro, lembrando o potencial de crescimento da economia. Em particular, os sectores agroalimentar e farmacêutico serão os com maior potencial para ajudar na diversificação de um país ainda muito dependente de matérias-primas, sobretudo as energéticas.

“Angola é hoje um país aberto ao exterior. Estamos disponíveis e abertos para receber investidores e turistas. Recentemente, isentamos 98 países de vistos, incluindo Portugal. […] Somos um país politicamente estável, com uma força de trabalho jovem e um exemplo de sustentabilidade no sector energético”, destacou o presidente da AIPEX, apontando ainda o “processo contínuo de reformas legislativas” para melhorar o ambiente de negócios.

Além destas reformas, que incluem a lei do investimento privado, Arlindo Chagas Rangel salientou o pacote de “incentivos fiscais e aduaneiros” disponíveis para os empresários que decidam investir em Angola, que incluem reduções “de 20% a 95% das taxas de imposto por dois a 15 anos, de acordo com o tipo de projeto e localização”.

“Há muito mais para explorar em Angola”, continuou, admitindo ainda “os muitos desafios” que afetam o país. Um deles será “garantir a segurança alimentar da população”, o que passa por “reduzir o volume de importações alimentares”, que chega a 200 milhões de dólares por mês.

“Convidamos os empresários presentes a abraçarem este desafio”, lançou, recordando também a vontade de desenvolver uma indústria farmacêutica no país “que permita ter uma oferta de medicamentos mais disponível e competitiva”.

As empresas portuguesas serão chave na obtenção destes objetivos, continuou o presidente da AIPEX. As semelhanças culturais, a começar pela língua, facilitam as ligações entre as duas economias, sendo que Portugal se assume como um dos principais exportadores para Angola – em sentido inverso, este é “um destino atrativo para empresas portuguesas no processo de internacionalização”, um aspeto ainda mais relevante numa fase em que o tecido produtivo português procura ganhar escala e quota de mercado.

“Contamos com o apoio e experiência das empresas portuguesas”, afirmou, vendo no know-how português “um fator diferenciador” na decisão de investir em Angola. “Pretendemos que Portugal seja a porta de entrada das exportações angolanas para o continente europeu”, rematou.

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