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Rebuçados Flocos de Neve e mais cinco empresas nacionais integram acelerador europeu

Acelerador europeu de empresas visa tornar PMEs nacionais mais competitivas e sustentáveis. Na primeira ronda do programa, contou com onze companhias lusas. . “O nosso principal objetivo continua a ser simplificar o acesso ao capital para as empresas”, disse a CEO da Elite ao JE.
6 Março 2024, 07h30

A confeitaria e salão de chá “A Vieira de Castro” nasceu em 1943 em Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga. Os seus bolo rei e o pão-de-ló começaram a ganhar fama e levaram o seu fundador António Vieira de Castro a transformar a sua confeitaria numa fábrica para adoçar bocas em todo o país. Mais tarde vieram os clássicos rebuçados Flocos de Neve, que adoçaram o paladar de várias gerações de portugueses.

Seis empresas vão integrar a segunda ronda de companhias portuguesas no programa Elite da Euronext, anunciou a dona da bolsa portuguesa. Entre estas encontra-se, precisamente, a Vieira de Castro ou a Fapil produtora de produtos de limpeza como esfregonas ou baldes, de Venda do Pinheiro (ver lista infra).

Este acelerador europeu vai contar com empresas de vários sectores: equipamentos e serviços de saúde, tecnologia, alimentos e medicamentos, e bens e serviços industriais.

Calvelex, CPO, Fapil, Luís Vicente, Meivcore e Vieira de Castro, são as seis empresas, que geram mais de 200 milhões de euros em receitas combinadas e contabilizam mais de 1.300 trabalhadores.

 O Elite dedica-se a “nutrir pequenas e médias empresas privadas no seu caminho para um crescimento sustentável a longo prazo, conectando-as ao capital financeiro, conhecimento e relacionamentos”, segundo a Euronext.

 As empresas portuguesas que hoje embarcam na jornada Elite passarão por um programa meticulosamente estruturado projetado para as apoiar a elevar os seus negócios para a fase seguinte de crescimento. Combinando educação, apoio empresarial e mentoria, o Elite também liga os gestores a fontes vitais de financiamento, seja através de capital de risco, private equity, IPO ou títulos Basket inovadores”, de acordo com a dona do PSI, adiantando que a iniciativa vai ter o apoio da Deloitte e da VdA.

Em 2023, onze empresas nacionais de seis sectores integraram a primeira ronda do Elite em terras nacionais: Academia de Código, Allprocare, FCamara, Cmore, Grupo Primor, MCA, Onyria, Petrotec Group, Sogenave e Xplor. Por regiões, sete estão localizadas no norte, três no sul e uma no centro.

Juntas representam 1.578 trabalhadores, uma 175 trabalhadores em média, 312 milhões de receitas e 31 milhões de receitas médias.

Desde 2012 que o programa Elite admitiu mais de 2.200 empresas em todo o mundo, 1.500 na Europa, com 85% a pertencerem a famílias, representando 179 mil milhões de euros de receita agregada, 650 mil trabalhadores de 39 sectores. 64% das empresas deste programa têm receitas entre 10-100 milhões de euros.

“O nosso principal objetivo continua a ser simplificar o acesso ao capital para as empresas participantes”

A CEO da Elite faz um balanço da primeira fase do programa Elite em Portugal e adianta o que espera da segunda ronda. “O nosso principal objetivo continua a ser simplificar o acesso ao capital para as empresas participantes. Isso pode ocorrer através da facilitação de contatos com investidores, da identificação de oportunidades de financiamento ou da oferta de orientação sobre as melhores práticas de gestão financeira”, afirmou.

Que balanço faz da primeira ronda da ELITE em Portugal?
A primeira ronda do ELITE em Portugal superou as nossas expectativas em diversos aspectos. Observamos avanços significativos entre as empresas participantes, com notáveis “próximos passos” na geração de receitas, expansão de mercado e aquisição de talentos. Facilitamos eficazmente ligações valiosas entre empresários, atores dos mercados financeiros, e especialistas do setor, promovendo a colaboração e a partilha de conhecimentos. No entanto, identificamos também áreas a melhorar, particularmente em termos de otimização de processos e aumento da escalabilidade dos serviços de apoio. De uma maneira geral, a primeira ronda serviu como uma base sólida sobre a qual podemos construir e aperfeiçoar nossa abordagem, garantindo um maior impacto e sucesso nas iterações subsequentes.
Como o ELITE não é um programa com um fim, após a primeira fase centrada no capital de conhecimento, as empresas estão agora a focar-se na mentoria, e estamos a personalizar a sua experiência, apoiando-as individualmente nas prioridades que têm e que pode ser estratégia, incluindo sustentabilidade e internacionalização, organização, governação empresarial ou financiamento.

Algumas destas empresas estão a trabalhar no sentido de se tornarem públicas? Ou de emitir dívida? Ou estão a passar por processos de fusões e aquisições? 
O ELITE opera como uma plataforma dinâmica que permite às empresas explorarem uma variedade de projetos de crescimento e angariação de capital, incluindo a possibilidade de se tornarem públicas, emitirem dívida e participarem em operações de fusões e aquisições. É importante salientar que a participação no programa não obriga necessariamente à adoção de qualquer estratégia específica mencionada; trata-se de uma via opcional que as empresas podem considerar. Reconhecendo o interesse comum em compreender melhor todas as ferramentas financeiras disponíveis, estamos a incluir um momento dedicado às opções de financiamento, desde o privado até ao público, abrangendo desde capital próprio até dívida, de acordo com as necessidades individuais das empresas.
Ao fortalecerem a sua governação empresarial, aprimorarem as práticas de gestão financeira e aumentarem a visibilidade no mercado, os participantes no programa estão a aumentar a sua capacidade de alcançar objetivos estratégicos e gerar valor sustentável para todas as partes interessadas. Quanto às decisões estratégicas específicas, é prudente aguardar os anúncios oficiais das próprias empresas.

Que lições aprenderam com a primeira ronda de empresas portuguesas que se juntaram ao ELITE em julho passado e o que esperam aplicar agora na segunda ronda?
Sem dúvida. A primeira ronda de empresas portuguesas que se juntaram ao ELITE, no âmbito do projeto WTC International Academy by ELITE, proporcionou-nos conhecimentos valiosos sobre os desafios e as oportunidades que as empresas da nossa região enfrentam. Uma lição fundamental que aprendemos foi a importância do apoio e da orientação personalizados para empresas em diferentes fases de crescimento. Descobrimos que oferecer orientação personalizada com base nas necessidades únicas de cada empresa contribuiu significativamente para o seu sucesso.
Outra lição crucial foi a importância de promover um forte sentido de comunidade entre as empresas participantes. A colaboração e a partilha de conhecimentos entre pares provaram ser recursos inestimáveis para ultrapassar obstáculos e atingir marcos de crescimento.
Além disso, reconhecemos a importância de adaptar continuamente os nossos mecanismos de apoio para abordar a dinâmica do mercado em evolução e as tendências emergentes.
À medida que avançamos para a segunda ronda do ELITE, planeamos aplicar estas lições, aperfeiçoando as nossas ofertas de mentoria, melhorando as oportunidades de networking e fornecendo recursos direcionados para enfrentar desafios específicos identificados pelas empresas participantes. Com base nos sucessos e aprendizagens da primeira ronda, pretendemos acelerar ainda mais o crescimento e o sucesso das empresas portuguesas no programa ELITE.
É importante referir que as empresas do primeiro grupo serviram de testemunho e de embaixadoras para a criação deste segundo grupo, pelo que as empresas que agora aderem estiveram em contato direto com a sua experiência direta e, falando de empresários, isso significa muito.

Quais são os objectivos que gostariam de alcançar com a segunda edição do ELITE em Portugal?
Os nossos objetivos para a segunda edição do ELITE em Portugal refletem o sucesso que alcançámos ao longo da última década, desde o seu lançamento original em Itália. O nosso principal objetivo continua a ser simplificar o acesso ao capital para as empresas participantes. Isso pode ocorrer através da facilitação de contatos com investidores, da identificação de oportunidades de financiamento ou da oferta de orientação sobre as melhores práticas de gestão financeira.
Além disso, estamos empenhados em cultivar uma cultura vibrante de inovação e empreendedorismo, promovendo a colaboração entre empresas de toda a Europa. Contamos com mais de 2000 empresas de 23 países diferentes da Europa, além de consultores empresariais como a Deloitte e a VdA, que nos apoiaram na criação deste segundo grupo, escolas de gestão e outras partes interessadas. Nosso foco está na promoção do crescimento sustentável, da inovação e no aumento da competitividade no cenário empresarial português.
Procuramos atender a uma ampla gama de empresas, abrangendo diversas indústrias, setores e receitas. Ao equipá-las com ferramentas, recursos e redes essenciais, nosso objetivo é capacitar essas entidades para prosperarem no dinâmico mercado. É importante ressaltar que 86% das empresas que fazem parte do ecossistema ELITE são familiares, e este elemento é perceptível, uma vez que a espinha dorsal da economia europeia é composta por empresas familiares com ambições de crescer e ter um impacto significativo, uma vez que representam a economia real.
Além disso, aspiramos a aumentar a visibilidade global das empresas portuguesas, posicionando-as como contribuintes significativos em seus respectivos setores. Para isso, é necessário atrair investimentos e estabelecer parcerias estratégicas nos mercados internacionais.
Em última análise, nosso objetivo global é fomentar o crescimento econômico e a prosperidade de Portugal a longo prazo. Através da ELITE, estamos empenhados em criar um ecossistema robusto de empresas inovadoras e de alto crescimento, promovendo assim o desenvolvimento econômico sustentável e a vitalidade da região.

Raio-X às empresas

Companhia

Sector

Descrição

Região

Calvelex

Têxtil 

Confeção de vestuário.

Porto

CPO

Saúde, equipamentos e serviços

A CPO é uma clínica oftalmológica privada equipada com avançada tecnologia de diagnóstico e tratamento, com profissionais de renome na especialidade de oftalmologia.

Lisboa

Fapil 

Manufatura

A empresa desenvolve, fabrica e vende produtos úteis para higiene e limpeza, arrumação e organização do lar.

Venda do Pinheiro

Luis Vicente

Produtor de frutas e vegetais

O Grupo Luís Vicente, fundado nos anos 60 na região Oeste de Portugal, é atualmente um grupo reconhecido no comércio grossista de frutas e legumes.

Torres Vedras

Meivcore

Bens industriais e serviços

Meivcore fornece soluções para projetos industriais, manutenção preventiva/corretiva e prestação de serviços integrados em várias áreas de Manutenção Industrial

Viseu

Vieira de Castro SA

Produção alimentar

A Vieira de Castro está presente no mercado há 80 anos, estabelecendo-se como uma marca sustentável e competitiva, comprometida com a qualidade e a inovação, dotando-a de um conhecimento inigualável na produção de biscoitos, amêndoas e doces.

Vila Nova de Famalicão

  • Notícia corrigida às 10h17 para esclarecer que a Calvelex confeciona vestuário.
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