Grácil, retraída, séria, o sorriso difícil – nunca um desperdício – atenta aos pormenores.
É assim que a nova primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, é tradicionalmente descrita – mas aquilo por que o presidente Emmanuel Macron a escolheu foi por ser engenheira de pontes. Elisabeth Borne é realmente engenheira com especialização em pontes e estradas, mas a sua nova função é a de estabelecer a ponte entre o partido de Macron – que agora se chama Renascimento (ou Renascença), um nome entre o florentino e o gongórico – e o possivelmente exagerado universo de potenciais apoiantes do seu segundo mandato. Depois de ter conseguido ser reeleito presidente com apenas uma parte dos votos com que conseguiu ser eleito em 2017, Macron decidiu que a sua aura podia juntar, para além dos que até agora eram republicanos em marcha e agora estão em processo de renascimento: os deserdados do gaullismo, os desiludidos do socialismo, os despojados da extrema-direita, os esquecidos da extrema-esquerda, os herdeiros dos sans culottes e os que enviaram os coletes amarelos para as lojas de segunda mão.
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