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Entre 150 candidatas, estas sete vacinas contra a Covid-19 estão quase finalizadas

De Inglaterra à China passando pela Austrália verifica-se uma corrida para a produção da primeira vacina contra a Covid-19. Atualmente existem sete que estão na fase final dos testes clínicos e que apresentam resultados promissores.
16 Julho 2020, 18h30

A corrida para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 já conta com mais de 150 candidaturas de um pouco por todo o mundo, mas nem todas se encontram na mesma fase. Atualmente, cerca de sete vacinas encontram-se na terceira fase de desenvolvimento e algumas apresentam resultados promissores. A maioria encontra-se ainda em fase pré-clínica ou fase 1, ou seja, apenas estão a ser testadas num grupo reduzido de pessoas para saber se é segura.

Universidade de Oxford – ChAdOx1

A vacina que tem, para já, os resultados mais promissores e promete dar imunidade por vários anos, está a ser desenvolvida na Universidade de Oxford e produzida pela AstraZeneca. Começaram os ensaios clínico a 23 de abril e hoje já se encontra na fase final de desenvolvimento.

O governo do Reino Unido assegura que a empresa planeia ter disponíveis 30 milhões de doses da vacina em setembro, mesmo que não haja ainda provas da sua eficácia.

Atualmente, além de estar a ser testada em voluntários em Oxford, está a ser testada, também, em São Paulo, um dos estados brasileiros mais fortemente afetados pela Covid-19. Os ensaios a mostram que a vacina conseguiu gerar uma resposta imune nas amostras de sangue recolhidas, com a produção de anticorpos e células T assassinas. “É com a combinação destas duas coisas que esperamos conseguir proteger as pessoas contra o vírus. Há ainda um longo caminho a percorrer, mas este é um momento muito importante”, reconheceu ao “The Telegraph” uma fonte ligada ao estudo.

Sinovac Biotech – CoronaVac

Também na última fase de desenvolvimento, ou fase 3, encontra-se a vacina desenvolvida pela Sinovac Biotech, na China.

A vacina, que utiliza agentes patogénicos inertes do vírus da Covid-19, começou por ser administrada a oito macacos, tendo o laboratório anunciado, em comunicado divulgado em abril, que depois da contaminação artificial estes animais ficaram “largamente protegidos”. Depois do teste neste animais, o laboratório prosseguiu para a testagem em humanos.

Tal como a ChAdOx1, também a CoronaVac vai ser testada em Brasil, a partir de 20 de julho. Os testes vão ser realizados em voluntários da área da saúde, médicos e enfermeiros, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Caso se comprove a sua eficácia no Brasil, serão produzidas 60 milhões de doses ainda em 2020, em colaboração com o instituto brasileiro Butantan.

Instituto de Produtos Biológicos de Pequim e Sinopharm – S/N

Ainda sem nome atribuído, surge também na última fase a vacina a ser desenvolvida pelo Instituto de Produtos Biológicos de Pequim e a empresa estatal chinesa Sinopharm.

A 24 de junho, foi anunciado que a vacina entraria na fase três dos testes clínicos e que o próximo passo passaria agora por fazer testes nos Emirados Árabes Unidos. A justificação para isso é o facto de não haver, neste momento, casos suficientes de infeção na China para se perceber se a vacina é, ou não, eficaz.

Moderna – mRNA-1273

De acordo com os cientistas do laboratório da Moderna, a vacina mRNA-1273 só entrará na fase final de testes clínicos a 27 de julho, nos quais vão participar 30 mil voluntários norte-americanos.

De acordo com o “New England Journal of Medicine”, a potencial vacina contra a Covid-19 da Moderna produziu anticorpos em todos os 45 voluntários que participaram na primeira fase dos testes à vacina. Com base nos resultados positivos, a empresa anunciou que vai entrar na fase final dos ensaios clínicos no dia 27 de julho, tornando-se na primeira a fazê-lo.

Do Governo norte-americano, a empresa recebeu um financiamento no valor de 483 milhões de dólares (o equivalente a 426 milhões de euros).

O projeto de vacina da Moderna baseia-se no “mensageiro” ARN, um sistema que transporta o código genético do ADN às células e que procura fornecer ao corpo as informações genéticas necessárias para o proteger preventivamente contra o novo coronavírus.

CanSino Biologics – Ad5-nCoV

No final de junho, o Governo chinês aprovou o “uso exclusivo” da vacina por parte dos militares do Exército de Libertação Popular. Antes disso, em maio, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou que o país irá disponibilizar globalmente qualquer vacina desenvolvida, por se tratar de um bem público.

A Cansino Biologics defende que os resultados, até ao momento, dos ensaios clínicos mostravam que a vacina tinha um “bom perfil de segurança” e potencial para prevenir doenças causadas pelo novo coronavírus. Porém, referiu não ter garantias de que a vacina – que teve os seus ensaios clínicos de fase um e dois realizados na China – acabe por ser comercializada.

BioNTech e Pfizer

Em julho, ambas as empresas anunciaram terem obtido resultados positivos nos primeiros testes efetuados, em que participaram 45 adultos com idades entre os 18 e os 55 anos. Foram testadas diferentes doses da vacina, tendo os resultados revelado nos indivíduos uma produção de anticorpos superior à que tem sido detetada em pacientes que recuperaram da Covid-19.

Para finais de julho, está prevista a testagem em mais de 30 mil pessoas para que possam fabirar, até ao final do ano, até 100 milhões de doses e mais de 1,2 mil milhões em 2021.

Novavax – NVX-CoV2373

Previsto para entrar na fase três em outono é a vacina australiana, sendo esperada a participação de até 30 mil pessoas, segundo um comunicado divulgado pela empresa.

A empresa terá recebido um investimento de 1,4 mil milhões de dólares por parte dos EUA em troca de acesso aos primeiros 100 milhões de doses.

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