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Especialista alerta para riscos a nível mundial da variante britânica

“O preocupante é que a variante que temos a circular há algumas semanas e meses está a começar a sofrer mutações novamente e podem afetar a forma como lidamos com o vírus em termos de imunidade e eficácia das vacinas”, explicou a cientista responsável pelo programa de vigilância genética do Reino Unido.
11 Fevereiro 2021, 11h28

A variante britânica tem sido apontada como uma grande preocupação por vários países, com a cientista do programa de vigilância genética do Reino Unido a afirmar que esta pode prejudicar a proteção oferecida pelas vacinas contra a Covid-19, revela a “Reuters”. Sharon Peacock admitiu que a variante encontrada na região de Kent pode “arrasar o mundo, em toda a sua probabilidade”.

O grupo de emergência criado pelo governo britânico, Nervtag (Grupo Consultivo de Ameaças de Novos e Emergentes Vírus Respiratórios), admitiu nos últimos dias que a estirpe identificada no Reino Unido tem mostrado uma mutação perigosa, e os cientistas temem que esta mutação seja altamente transmissível e que interfira com a inoculação fornecida pela vacinas.

Peacock sustentou que as vacinas estão a ser efetivas contra o vírus provocado pelo novo coronavírus, mas que as mutações e estirpes já são outro assunto. “O preocupante é que a variante que temos a circular há algumas semanas e meses está a começar a sofrer mutações novamente e podem afetar a forma como lidamos com o vírus em termos de imunidade e eficácia das vacinas”, explicou à “BBC”.

Esta nova mutação, primeiramente identificada em Bristol, está a ser designada como “a variante da preocupação” pelo grupo Nervtag. Até à data, o Reino Unido já identificou 21 casos desta variante com a mais recente mutação, sendo que o pico de proteína identificado no vírus é o mesmo verificado nas variantes brasileira e sul-africana.

“É preciso serem realistas em relação ao facto de que esta mutação em específico surgiu num jardim comunitário por cinco vezes”, disse Peacock.

A diretora do programa de vigilância genética do Reino Unido admitiu que esta variante está a ser mais infeciosa mas não mais mortal. “Quando controlarmos o vírus ou quando ele sofre mutações e deixa de causar doenças, podemos parar de nos preocupar com isso. Mas olhando para o futuro, acho que nos vamos preocupar durante anos. Na minha opinião, vamos estar a analisar este vírus durante os próximos dez anos”.

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